O México aceitou fazer a lição de casa para tornar-se membro associado do Mercosul, a mesma qualificação de países como o Chile e a Bolívia. Depois de ver com contrariedade a decisão do bloco de incorporar a Venezuela como membro pleno a toque de caixa, o ministro das Relações Exteriores mexicano, Luiz Ernesto Derbez, disse ontem que seu país vai prosseguir nos objetivos de firmar um acordo de livre comércio com o bloco e de aproximar-se dos países andinos como meio de articular a integração da América Latina.

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"O nosso pedido para participar do Mercosul como associado continua em pé. Mas temos de ter paciência. Queremos criar as condições para cumprir os acordos necessários para alcançar o livre comércio e, então, nos associarmos", afirmou Derbez, depois de uma reunião com o chanceler Celso Amorim, no Itamaraty. "Vamos continuar, por enquanto, como observadores no Mercosul".

Discreto, Derbez escapou dos questionamentos da imprensa sobre o mal-estar causado pela adesão, em apenas seis meses de negociação, da Venezuela como membro pleno do bloco. O ingresso será formalizado em julho. Derbez limitou-se a declarar que não estava bem informado sobre esses movimentos. Entretanto, essa foi uma das queixas que apresentou na conversa reservada com Amorim, minutos antes

O chanceler brasileiro, por sua vez, esforçou-se para convencer o mexicano e a imprensa de que não houve preferência pela Venezuela. Amorim argumentou que a incorporação ao Mercosul de qualquer país como membro associado ou membro pleno exige o cumprimento de pré-requisitos – um acordo de livre comércio, no primeiro caso, e também a incorporação da Tarifa Externa Comum (TEC) e da obrigação de negociação conjunta na área comercial, no segundo

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"Como eu disse ao ministro Derbez, o preço que está na porta do Mercosul é igual (para todos os países). O que pode variar um pouquinho são as condições de pagamento, como o prazo", afirmou Amorim. "Nós estamos dispostos a olhar as sensibilidades para o México, país como qual temos relações e cooperação excelentes.

Em 2002, o México firmou com o Mercosul um acordo-quadro, que lhe permitiu negociar acertos de liberalização comercial com cada sócio do Mercosul. Ontem, Derbez e Amorim concordaram em retomar a Comissão Mista Bilateral Brasil-México, que abarca questões de segurança e culturais, e marcaram uma reunião para março ou abril de 2007, quando os dois países terão como presidentes os que serão eleitos este ano.

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Em paralelo, na Cidade do México, negociadores dos dois países analisavam uma possível ampliação do acordo que abriu ambos os mercados no setor automotivo – o mesmo que permitiu um salto no comércio bilateral e colocou o México como o quarto maior comprador de produtos brasileiros. Na semana passada, em Buenos Aires, o México ampliou seu acerto com a Argentina.