Em meio ao cenário de incertezas sobre o segundo turno das eleições no Brasil, o presidente eleito do México, Felipe Calderón, desembarca hoje em Brasília para afirmar que seu governo pretende concluir um acordo de livre comércio bilateral, mas que não interessará mais tornar seu país um membro associado do Mercosul, como queria Vicente Fox. Calderón também dará sinal verde para a parceria entre Petrobras e a estatal Pemex para a exploração em águas profundas em seu país, caso venha a ser concluído o processo em andamento de reforma na Constituição mexicana.
A nova face da prioridade do México em relação ao Cone Sul e a preocupação na área energética serão expostas por Calderón durante encontro, no Palácio do Planalto, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o chanceler Celso Amorim e o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan. Para o Brasil, interessa a ampliação e a diversificação dos investimentos mexicanos que, neste ano, somarão US$ 10 bilhões na área de telecomunicações.
Calderón tomará posse em 1º de dezembro. Em meio ao conflito com os EUA, deflagrado com a decisão da Casa Branca de erguer um muro entre os dois países, o presidente eleito do México dedicou a semana a visitas ao Peru, Colômbia, Chile, Argentina e Brasil, em um claro sinal da importância que seu futuro governo dará às relações com a América do Sul. Mas o gesto não esconde as dificuldades entre Brasil e México para alcançar a liberalização do comércio bilateral.