O México analisa a possibilidade de voltar a exigir vistos dos brasileiros, mas
a decisão ainda não está oficialmente tomada. Antes de se definir pelo visto, o
governo mexicano ainda tenta, junto com o governo brasileiro, adotar outras
formas de tentar impedir a ida de viajantes ao País com o único intuito de
tentar a travessia ilegal para os Estados Unidos.
De acordo com a
embaixadora do México no Brasil, Cecília Soto, as autoridades de imigração de
seu País pediram ao Ministério das Relações Exteriores mexicano que começasse a
estudar a volta dos vistos – suspensos em 2004 – como forma de conter a ida de
brasileiros com o objetivo de fazer a travessia. "Hoje os brasileiros já
representam 50% das pessoas que tentam ou cruzam a fronteira para os Estados
Unidos. Esses viajantes podem ser vítimas das máfias que controlam essa negócio.
É um problema de direitos humanos", afirmou a embaixadora.
Mas, a decisão
formal de exigir o visto ainda não estaria tomada. Cecília Soto informa que o
governo mexicano está trabalhando com o governo brasileiro para tentar coibir a
imigração ilegal. Uma das ações reuniria a Polícia Federal brasileira e a
polícia de imigração mexicana para investigar redes de imigração ilegais. Uma
reunião entre as duas polícias já foi feita em março.
"A volta do visto
dificulta a vida dos turistas regulares e também dos homens de negócios. Por
isso estamos procurando outras vias", disse a embaixadora. Monitorar o trabalho
de agências que enviam muitas pessoas para o México – especialmente em Minas
Gerais e Goiás, Estados de onde sai a maior parte dos imigrantes – e fazer
campanhas de esclarecimento sobre a realidade e os perigos da travessia seriam
algumas das ações possíveis. De acordo com Cecília, os grupos interessados em
mandar brasileiros para o México chegam a espalhar histórias, como a de que o
México daria incentivos financeiros para os que tentassem cruzar a
fronteira.
Vem crescendo rapidamente o número de brasileiros que tenta
chegar aos Estados Unidos pelo México. Só este ano já foram presos 4.802
pessoas. Uma média de 160 por dia, quando no ano passado a média era de 15 por
dia.
