O México, com o apoio de outros 27 países, emitiu uma declaração na Organização dos Estados Americanos (OEA) condenando os planos americanos de construir uma cerca de centenas de quilômetros na fronteira entre os dois países. A declaração, lida ontem na sede da OEA em Washington, afirma que a barreira não irá resolver o problema da imigração, e exortou o governo americano a repensar sua posição, de acordo com releases da OEA e do Ministério de Relações Exteriores do México.
Os 28 países expressaram "grande preocupação em relação à decisão dos EUA de construírem um muro em sua fronteira com o México, considerando esta uma medida unilateral que vai contra o espírito de compreensão", diz a declaração, lida pelo embaixador do México, Alejandro Garcia Moreno. Os EUA se recusaram a assinar a declaração, com o seu embaixador Robert Manzanares dizendo que a declaração não pode atacar uma decisão dos órgãos legislativos, de acordo com o release da OEA.
No mês passado, o Senado americano aprovou uma lei para a construção de 1.100 quilômetros de muro na fronteira entre os dois países. Nesta quinta-feira (26) o presidente Bush sancionou a lei, apesar dos apelos do governo mexicano pelo veto. O presidente mexicano Vicente Fox chamou o muro de "vergonhoso" e o comparou ao Muro de Berlim. Aproximadamente 11 milhões de mexicanos moram nos EUA, sendo que metade está em situação irregular.
Os 27 países que apoiaram o México na declaração foram Antígua, Argentina, Barbados, Belize, Bolívia, Brasil, Costa Rica, Chile, Equador, El Salvador, Granada, Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, Jamaica, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, São Cristóvão e Nevis, Santa Lúcia, São Vicente, Suriname, Uruguai e Venezuela. O México afirma que irá contestar a decisão nas Nações Unidas.