Método de acupuntura é aplicada em 240 pessoas por mês em Curitiba

O Centro Regional de Especialidades (CRE) da Avenida Kennedy, em Curitiba, atende mais de 12 pessoas diariamente. A média mensal de atendimentos é de 240 pacientes que são tratados por meio da técnica chinesa.

Para serem atendidos no Centro, os pacientes devem ser encaminhados pelas unidades de saúde. Do ano passado, até maio deste ano, 6.478 atendimentos foram feitos no ambulatório de acupuntura no Centro Regional de Especialidades.

A milenar terapia das agulhas, que já foi chamada de curandeirismo e charlatanismo, pois não era praticada por médicos, foi em 1979 reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como terapêutica eficaz para mais de 40 doenças (os chineses classificam cerca de 300), como dores de coluna em geral, doenças do trato digestivo, hormonais, cefaléia, hipertensão, glaucoma, diabetes, hérnia de hiato, além das doenças psicológicas como estresse, depressão, síndrome do pânico e até fertilidade feminina e dependência de drogas. Além disso, segundo especialistas, a acupuntura não tem efeitos colaterais, acelera a cura e reduz as doses de medicamentos.

Em alguns casos, como o da costureira Arlete Aparecida Duarte, de 44 anos, o paciente vai para casa com microagulhas colocadas atrás da orelha, fixadas com micropore, cujo efeito vai se prolongando conforme os dias vão passando. Jaques Ajzental, que é especialista em craniopuntura, uma especialidade da acupuntura que aplica as agulhas somente na cabeça, explica que estas microagulhas soltam-se aproximadamente com 15 dias, sem necessidade de auxílio médico.

Arlete conta que já faz o tratamento de acupuntura no CRE há mais de um ano. Antes do tratamento ela diz que era uma pessoa infeliz, irritada, o que acabava refletindo em sua vida familiar, pois vivia com dores na coluna e na mão. Além disso, por tomar antibióticos e analgésicos o tempo todo, sofria de má-digestão, de problemas no fígado, etc. Depois de iniciar o tratamento com as agulhas, ela diz que é uma outra pessoa. Por ela, nunca mais deixará de ir ao Centro. ?O grande problema é que o paciente nunca aceita a alta, pois os resultados são tão satisfatórios que eles sempre arranjam um jeito de ir ficando?, diz Ajzental. ?A solução é diminuir a freqüência das consultas, até que o paciente perceba que não precisa mais do tratamento. A cada dois meses são oferecidas 40 vagas para novos pacientes?, afirma

Para ele a medicina ocidental vê apenas o problema relatado pelo paciente, enquanto que, através da acupuntura, o médico descobre a verdadeira causa do problema.

Histórico

No Brasil, foi considerada especialidade médica desde 1995 pelo Conselho Federal de Medicina e em 1998 pela Associação Médica Brasileira. Em 1988, o Sistema Único de Saúde disponibilizou a técnica para a população.

A acupuntura é praticada pelos chineses há mais de cinco mil anos. Trata-se de uma técnica que consiste no estímulo de pontos determinados. Esses pontos são estimulados por agulhas ou aquecidos com o calor produzido pela queima da folha da artemísia, também conhecida como erva-de-são-joão, técnica chamada de moxa ou moxabustão. Nesse período, os chineses descreveram aproximadamente mil pontos de acupuntura com 365 classificações em 14 grupos principais. Hoje são listados mais de 2.500 pontos.

Inicialmente a acupuntura foi praticada pressionando-se algumas regiões do corpo com instrumentos contundentes, como lascas de pedra, espinha de peixe, etc. Por volta do século VII a.C., iniciou-se o uso de finas agulhas de ouro, latão e ferro, antecessoras das agulhas atuais de aço inoxidável, mais flexíveis, de custo baixo e descartáveis. Segundo Ajzental, são utilizadas de 8 a 10 agulhas por paciente, em uma sessão de aproximadamente 20 minutos.

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