O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos está organizando, na tarde desta terça-feira (13), durante a visita que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), um protesto pelo fim da guerra fiscal. Segundo o vice-presidente do sindicato, Renato Bento Luiz, o protesto vai reunir principalmente os trabalhadores da empresa Hitachi, que ameaça fechar sua unidade na região e desativar 500 postos de trabalho diretos e cerca de dois mil indiretos por causa da guerra fiscal.
"Não concordamos com essa política de guerra fiscal porque o maior prejudicado em tudo isso é o trabalhador. O presidente Lula tem que interceder e impedir que novos trabalhadores sejam demitidos em nossa cidade", destacou Bento Luiz. Na semana passada, em comunicado oficial, a empresa Hitachi – que está instalada em São José dos Campos desde 1972 – disse que só manterá sua fábrica na cidade se o governo federal proibir a fabricação de aparelhos de ar condicionado ‘Set Free’ por uma empresa concorrente na Zona Franca de Manaus, sem as taxas e impostos incidentes na produção da Hitachi.
Além do protesto, o sindicato quer entregar ao presidente Lula uma carta com o pedido do fim da guerra fiscal. "Empresas como Solectron e Kodak já fecharam suas unidades e transferiram a produção para outras cidades, em troca de benefícios e isenções fiscais. Para trás, deixaram outras centenas de trabalhadores desempregados. Recentemente, grandes empresas como General Motors LG e Philips anunciaram planos de reestruturação e a demissão de centenas de trabalhadores. O clima é de muita preocupação. Os trabalhadores não resistem mais a tantos ataques e a mais desemprego no País. Esta ofensiva gera insegurança e incerteza", diz um dos trechos da carta.
Ainda na carta, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e região, entidade vinculada ao PSTU, pede que não apenas a autoridade federal, mas também as estaduais e municipais adotem medidas para acabar com a guerra fiscal. "A guerra fiscal já causou muitos estragos e prejuízos aos trabalhadores. Isenção e benefícios fiscais servem apenas para gerar lucros e dar produtividade às empresas e dar desemprego e sucateamento dos serviços públicos para a população. São necessárias medidas enérgicas de toda a sociedade para impedir os cortes anunciados pelas empresas. Assim, solicitamos a Vossa Excelência que interfira a favor da manutenção dos empregos dos trabalhadores da Hitachi," diz um outro trecho do documento.