A balança comercial do País nas primeiras quatro semanas de agosto manteve os expressivos aumentos das importações e das exportações verificados ao longo do ano e relativizou, em parte, os alegados efeitos nocivos da valorização cambial sobre o comércio exterior brasileiro. O saldo no período alcançou US$ 3 866 bilhões. Essa é a terceira maior cifra registrada neste ano.
Entretanto, para as contas finais de agosto falta ainda a contabilização dos embarques e dos desembarques dos últimos quatro dias úteis do mês, o que deverá elevar esse superávit mensal. O resultado definitivo de agosto deverá ser divulgado nesta sexta-feira pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
O saldo positivo acumulado no ano – de 1º de janeiro a 25 de agosto – alcançou US$ 29,035 bilhões, o que indica que faltam US$ 12,965 bilhões para que seja cumprida a meta estabelecida pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), de US$ 42 bilhões em 2006.
Os dados divulgados hoje, referentes a 19 dias úteis do mês, mostram que as exportações somaram US$ 11,485 bilhões, com média diária de US$ 604,5 milhões – o que representou aumento de 22,5% em relação à cifra de agosto de 2005, enquanto as importações totalizaram US$ 7,619 bilhões, com média diária de US$ 401,0 milhões – 19,9% superior na mesma comparação. Somente na quarta semana de agosto, o superávit foi de US$ 738 milhões, com exportações de US$ 2,931 bilhões e US$ 2,193 bilhões em importações.
No ano, até agora, as exportações somaram US$ 86,007 bilhões, o que significa um aumento de 15,2% em relação a igual período de 2005. As importações foram mais expressivas, com aumento de 22 5% e um total de US$ 56,972 bilhões.
Petróleo puxa alta de importações
Os dados mostraram que apenas um setor apresentou queda de importações, o de produtos químicos (-1,6%). Todos os demais tiveram alta em relação aos dados de agosto do ano passado. Item que mais pressiona as importações, os combustíveis e lubrificantes fecharam as quatro semanas com média diária de US$ 85,721 milhões – 10,4% mais que em agosto de 2005. Como as exportações de petróleo tiveram média de US$ 64,158 milhões, com 31,9% de aumento na mesma comparação, a conta petróleo fechou com um déficit total de US$ 409,697 milhões nas quatro semanas (US$ 21,563 ao dia).
Excluindo petróleo e produtos químicos, os dez principais itens importados pelo Brasil em agosto foram equipamentos mecânicos (+11,1%), equipamentos elétricos e eletrônicos (+16,5%), automóveis e partes (+29,8%), adubos e fertilizantes (+64,0%), instrumentos de ótica/médicos/precisão (+12,4%), plásticos (+19 3%), farmacêuticos (+50,6%), siderúrgicos (+55,4%), cobre (+166 5%) e borracha (+16,8%).
Exportação cresce em 15 setores
A balança comercial do País nas primeiras quatro semanas de agosto apontou apenas dois setores com recuo nos embarques ao exterior. De acordo com os dados da Secex, a média diária das exportações de produtos têxteis caiu 20,1% em comparação com o desempenho de agosto de 2005 e a de suco de laranja, 12,8%. Todos os demais 15 setores apresentaram expansões em suas médias diárias em relação a agosto de 2005.
O conjunto dos produtos básicos apresentou média diária de US$ 191,7 milhões, o que significou um aumento de 14,8%, favorecido pelo desempenho dos setores de minério de ferro, fumo em folhas, carnes bovina, suína e de frango, café em grãos, petróleo bruto e farelo de soja.
Os produtos manufaturados tiveram média diária de exportações de US$ 311,8 milhões, com alta de 20,3%, beneficiados pelos embarques de álcool etílico, óleos combustíveis, gasolina, telefones, chassis com motor, polímeros plásticos, motores para veículos, bombas e compressores, açúcar refinado e autopeças. As exportações semimanufaturadas apresentaram média diária de US$ 87,4 milhões e aumento de 62,8% por causa de itens como alumínio em bruto, semimanufaturados de ferro/aço, ligas de alumínio, açúcar em bruto, celulose, couros e peles, ferro-ligas e madeira serrada.