Meta não alcançada

Os doze mil componentes da Marcha a Brasília, organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), finalmente acamparam no Estádio Mané Garrincha, na capital federal. Todo o esforço capitaneado por João Pedro Stédile, líder máximo do movimento, exigiu a colaboração de milhares de militantes engajados nas inúmeras tarefas essenciais para o retumbante sucesso da caminhada.

O principal documento foi entregue ontem à tarde ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, alinhando quatro reivindicações fundamentais: reestruturação do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra); cumprimento das metas do Programa Nacional de Reforma Agrária; abertura de linha especial de crédito para assentamentos; e mudança na definição de terras improdutivas para desapropriação.

São poucas e recorrentes as solicitações do MST ao governo federal, assim como bem conhecidas da sociedade as profundas fissuras abertas historicamente no tecido social pelo não atendimento das mesmas.

Uma das promessas de campanha do atual presidente era assentar 430 mil famílias em quatro anos de mandato. Segundo os números divulgados pelo MST, até agora esse número é de apenas 60 mil famílias.

O governo defende-se afirmando que já aplicou um bilhão de reais nos assentamentos herdados do governo anterior, sem a menor condição de produzir a contento. Cerca de 78% do total de assentados (423 mil famílias) recebem assistência técnica do governo, cuja meta é universalizar os serviços até o final do ano, a fim de dar maior qualidade aos projetos de assentamento.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário, até dezembro, o governo deverá assentar mais 115 mil famílias, mas a meta admitida até o final do governo caiu para 400 mil famílias. Stédile faz uma conta simples: se até agora o governo assentou 60 mil famílias, em vinte meses conseguirá assentar as 370 mil que faltam para cumprir a meta inicial?

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