Brasília – As próximas eleições terão um número maior de mulheres entre os candidatos. São 23% a mais que nas eleições de 2002. Dos 19.166 concorrentes, 2.674 são do sexo feminino. São 506 candidatas a mais do que no último pleito, disputando todas as vagas, de deputada estadual a presidente da República.
Em apenas nove estados do país não haverá candidata mulher concorrendo a governadora. Para o Senado, que atualmente possui nove parlamentares do sexo feminino, 37 mulheres disputam vagas. O número corresponde a 16,2% do total de candidatos, contra 12,2% na última eleição. A menor participação feminina é na disputa pela Câmara Federal, com 12,4%. Em 2002, 10,5% dos candidatos a deputado federal eram mulher.
Apesar do aumento do número de mulheres nestas eleições, o volume ficou abaixo da cota mínima. A legislação exige que os partidos apresentem, pelo menos, 30% de candidatas do sexo feminino. Este ano, a participação será de 13,95%. Os dados foram divulgados hoje (21) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O descumprimento da lei não vai acarretar nenhuma punição aos partidos. Uma decisão do TSE já considerou que as vagas não preenchidas por mulheres são consideradas vazias. Ou seja, não existem e, portanto, não têm como ser preenchidas.
Para o cientista político João Carlos Peixoto, da Universidade de Brasília (UnB), o crescimento da participação feminina poderá trazer mais qualidade à política. Segundo ele, as mulheres encaram a vida pública com mais seriedade e são menos sujeitas à corrupção. ?A mulher detém valores de personalidade que, por si só, contribuirão para o aperfeiçoamento do processo legislativo. Também vão dar maior legitimidade à representação política, que deixa de ser um território exclusivo dos homens?, disse.