A Mesa da Câmara deverá encaminhar amanhã os processos de cassação dos mandatos dos deputados Paulo Rocha (PT-PA), Valdemar Costa Neto (PR-SP) e João Magalhães (PMDB-MG). Há 20 dias, o PSOL entrou com os pedidos de cassação no Conselho de Ética, mas só na sexta-feira passada o presidente do colegiado, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), enviou os processos à Mesa para cumprir o rito burocrático de ser numerados e devolvidos ao conselho. Assim que forem aberto os processos, os deputados não poderão mais renunciar para fugir ao julgamento.
Paulo Rocha foi acusado de ter recebido R$ 920 mil do esquema de mensalão e Costa Neto de ter sido beneficiado pelo mesmo esquema com R$ 10,83 milhões. Na época do escândalo, em 2005, os dois renunciaram aos seus mandatos para pôr fim aos processos. O deputado João Magalhães foi acusado de ter sido beneficiado pelo esquema das sanguessugas, como ficou conhecido o escândalo de compra superfaturada de ambulâncias com recursos do Orçamento da União. O processo contra o deputado foi arquivado sem julgamento no final do mandato. Eleito novamente, o processo será reaberto. Há na Câmara decisões anteriores de abertura de processo contra deputados que renunciaram para evitar o julgamento.