A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados decidiu hoje, por unanimidade, acatar o relatório da comissão de sindicância que recomenda a cassação de mandato do deputado federal André Luiz (PMDB-RJ) por quebra de decoro parlamentar. O relatório será encaminhado hoje ao conselho de ética para que o processo de cassação seja iniciado.
André Luiz é acusado de tentar extorquir R$ 4 milhões do empresário de jogos Carlos Augusto Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira. O presidente da Câmara, deputado João Paulo Cunha (PT-SP), prometeu rigor no processo. "Os fatos apontados nas denúncias são graves e merecem uma apuração rigorosa, como foi feito pela comissão, e será feito pelo conselho de ética, e se confirmar a procedência das denúncias deve ter uma apuração correspondente ao tamanho das denúncias", declarou o deputado.
A partir dessa decisão, o deputado não tem mais a prerrogativa de renunciar para não perder seus direitos políticos. André Luiz diz que tem provas em seu favor a apresentar no conselho de ética. "Eu quero me defender na comissão de ética, eu vou até o final, eu acho que tenho ainda que apresentar muitas provas, muitos documentos, tenho que estancar essa questão da fita apresentada pelo professor Molina da Unicamp. Enfim muita coisa vai acontecer", disse.
O parlamentar afirma que o laudo atestado pelo perito Ricardo Molina, de que a fita com gravações que supostamente o incriminam é verdadeira, tem falhas. Ele acusou também a Corregedoria da Câmara de ser omissa em casos semelhantes ao seu. O conselho tem o prazo de 60 dias para apresentar seu parecer. A decisão final caberá ao plenário da Câmara. São necessários no mínimo 257 votos para que o parlamentar perca o mandato.