O mercado financeiro continua reduzindo as previsões para a inflação deste ano. As cinco instituições financeiras com maior grau de acerto em suas projeções reduziram a estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 4,50% para 4,39%, conforme pesquisa semanal divulgada hoje (13) pelo Banco Central (BC). A nova expectativa ficou abaixo da meta de 4,50% fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Antes de chegar a este ponto, as previsões dos cinco bancos bateram na marca dos 4,64% há apenas quatro semanas. "Esta reversão de expectativa é um fato muito positivo", disse um analista de mercado.
A projeção do conjunto de mais de 100 instituições financeiras e empresas de consultoria ouvidas semanalmente pelo BC caiu com menor intensidade e ainda ficaram pouco acima da meta oficial de 4,50%. Segundo a pesquisa, a estimativa para o IPCA recuou de 4,56% para 4,55%. O destaque, neste caso, é que a trajetória de queda foi mantida pela quarta semana consecutiva. Há quatro semanas, a expectativa de mercado para a inflação de 2006 chegou a 4,66% e deixou os analistas preocupados com a possibilidade de o IPCA ficar muito descolado da meta central.
A melhora da expectativa com a inflação, no entanto, não foi suficiente para fazer o mercado mudar a aposta de manutenção do ritmo de corte dos juros em 0,75 ponto porcentual na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) dos dias 18 e 19 de abril. Nesta hipótese, a taxa Selic recuaria dos atuais 16,50% e chegaria aos 15,75% ao ano.
A projeção dos juros para o fim do ano permaneceu em 14 50% pela segunda semana consecutiva. Na avaliação de alguns economistas, a taxa teria espaço para recuar e furar o piso de 14% no fim do ano. "Os juros de operações de prazo mais longo têm demonstrado que há este espaço", comentou um analista.
