O mercado financeiro reduziu de 4,22% para 4,11% sua previsão para o crescimento da produção industrial neste ano. A nova estimativa consta da mais recente pesquisa semanal feita pelo Banco Central entre instituições financeiras, divulgada, nesta segunda-feira, e vai na direção da expectativa do próprio BC, que acredita num ritmo mais modesto de crescimento no terceiro e quatro trimestres do ano.
Nesta semana, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará o resultado da produção industrial de agosto. A expectativa no mercado é de que o índice mostre alta entre 0,50% e 1%. Em julho, a produção da indústria havia caído 2,5% em relação a junho, dado que puxou para baixo a expectativa de aumento da produção industrial de 2005 captadas pelo levantamento do BC.
Apesar da expectativa mais fraca em relação à indústria, a previsão do mercado para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2005 subiu ligeiramente, pela quinta semana seguida. A taxa esperada passou dos 3,28% da pesquisa anterior para 3,29%. Mesmo assim, a previsão continua abaixo dos 3,4% previstos pelo BC. O cenário para 2006 não mudou e a estimativa de crescimento do PIB continuou em 3,50%.
Neste ritmo de expansão, o mercado espera que a balança comercial venha a registrar um superávit recorde de US$ 41 bilhões neste ano. O número é semelhante ao resultado obtido no período de 12 meses encerrado em setembro, divulgado hoje pelo Ministério do Desenvolvimento. O BC, no entanto, trabalha com uma estimativa de superávit de apenas US$ 38 bilhões em 2005.
Para 2006, o mercado acredita que o superávit comercial poderá ficar em US$ 35 bilhões, enquanto o BC usa números mais conservadores, que apontam para um saldo de US$ 29 bilhões. De acordo com a pesquisa, as contas externas, que englobam também as transações de serviços e rendas com o exterior, teriam superávit de US$ 13 bilhões neste ano e de US$ 6,95 bilhões em 2006.
Pela segunda semana consecutiva, o mercado manteve a previsão de que a inflação medida pelo IPCA será de 5,21% neste ano, pouco acima da meta de 5,1%. Para 2006, a estimativa recuou de 4,64% para 4,63%.
No cenário desenhado pelo mercado, a taxa básica de juros (Selic) sairia dos atuais 19,50% para 18% no final deste ano, caindo, portanto, meio ponto porcentual por mês até dezembro. Em 2006, o espaço de queda dos juros seria de 2 pontos porcentuais. Com isto, a taxa chegaria no fim de 2006 aos mesmos 16% em que estava em setembro de 2004, quando teve início o último ciclo de aperto da política monetária.
Com essa trajetória dos juros, o mercado acredita que a dívida líquida do setor público poderia ter uma redução de 1 ponto porcentual e terminar o próximo ano em nível equivalente a 50,5% do PIB. Para 2005, a expectativa é de que a dívida fique em 51,50% do PIB, porcentual próximo ao do fim de 2004.