Brasília – A aposta predominante no mercado financeiro é a de que a taxa Selic voltará a ser reduzida em 0 75 ponto porcentual, de 16,50% para 15,75% ao ano, na reunião que começará amanhã (18) e termina na quarta-feira do Comitê de Política Monetária (Copom). A previsão consta da mais recente pesquisa feita pelo Banco Central (BC) entre instituições financeiras.
Confirmada a hipótese, será a terceira queda seguida da taxa na mesma magnitude. O espaço para uma queda maior, na visão de analistas de mercado, é mínima. "A janela de oportunidade para um corte mais agressivo de 1 ponto porcentual já passou", diz uma fonte de mercado.
O Copom, em contrapartida, ganhará espaço para promover uma outra queda de 0,75 ponto porcentual no final de maio. A partir daí, segundo a visão predominante entre os analistas, os juros começarão a cair num ritmo mais lento. "Poderemos ter uma redução de 0,50 ponto porcentual em julho e mais duas quedas de 0,25 ponto porcentual em agosto e outubro", avalia um observador A taxa, neste cenário, chegaria ao final do ano em 14%.
Os economistas de algumas instituições financeiras acreditam, no entanto, que os juros poderão terminar o ano abaixo dos 14%. "É possível termos uma taxa de 13,50% no fim do ano", comenta uma fonte. O espaço adicional de queda seria assegurado pela taxa de câmbio e pelo baixo nível de atividade econômica. "Estamos longe de atingirmos o limite da capacidade de produção das empresas."
A eventual piora das contas públicas, por outro lado, poderá limitar a queda dos juros aos 14% mesmo. "O aumento dos gastos pode levar o Copom a ficar mais conservador", avalia um outro economista. O Copom, com o movimento, visaria reduzir os impactos da alta das despesas sobre o nível da atividade econômica. "O conservadorismo dos juros diminuiria o risco de termos um crescimento com alta dos preços", comenta uma fonte.
As preocupações do mercado com os preços no entanto são mínimas atualmente. Tanto que as projeções para a inflação do ano estão abaixo da meta de 4,50% fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). na pesquisa divulgada hoje, o cenário mais previsível para os agentes de mercado é que a variação do IPCA feche 2006 em 4,43%. "É a primeira vez que temos uma projeção abaixo da meta desde 2003", comentou uma fonte.