O pavoroso desastre causado pelo furacão Katrina pode contribuir também para a compressão dos preços da soja e milho norte-americanos, em queda há seis semanas consecutivas na Bolsa de Mercadorias de Chicago. A razão é o início da colheita deste ano e o adiamento das exportações.
Danificados em grande medida, os terminais localizados em Nova Orleans não estão permitindo a navegação de barcas pelo Rio Mississippi, meio de transporte de 59% do total de grãos exportados pelos Estados Unidos. A produção conjunta de soja e milho do país está estimada em 268 milhões de toneladas, mas os preços caíram 13% em agosto, no pior cenário do mercado futuro de commodities.
A safra brasileira que está sendo plantada agora, caso venha a ser favorecida pela estabilidade climática durante o desenvolvimento das lavouras, fator de risco imponderável, abre a perspectiva otimista para a repetição dos últimos excelentes desempenhos do agronegócio.
Previsões indicavam o setor de carne como provável vanguardeiro da exportação nacional em 2005, superando o complexo soja, mas as dificuldades de longa superação nos Estados Unidos assinalam o provável crescimento da demanda da oleaginosa e, destarte, o total escoamento da oferta brasileira.