Mercado financeiro mostra otimismo em relação à inflação

As expectativas de inflação do mercado financeiro registraram melhora na semana passada, segundo pesquisa do Banco Central (BC). Pelos dados divulgados na manhã de hoje (27), a projeção do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2005 interrompeu uma sequência de quatro altas semanais consecutivas e permaneceu em 5,80%. A previsão para 2004, por sua vez, caiu dos 7,37% do levantamento anterior para 7,34% e a projeção de IPCA para 12 meses à frente recuou de 6,25% para 6,23%. A estimativa de inflação para o corrente mês foi reduzida de 0,60% para 0,55% e a expectativa para outubro próximo caiu de 0,46% para 0,45%.

A melhora de cenário para a inflação ocorreu na mesma semana em que o governo aumentou a meta de superávit primário das contas públicas deste ano de 4,15% para 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB), e ajustou para 5,1% a taxa de inflação a ser alcançada em 2005. O cenário mais favorável não foi suficiente, no entanto, para impedir um novo aumento da estimativa para a taxa de juros. A previsão do mercado para a taxa Selic no fim de 2004 aumentou de 16,75% para 17% ao ano, ficando mais próxima do consenso das mesas de operação.

Por este consenso, a taxa de juros subiria 0,25 ponto porcentual no último trimestre do ano depois da elevação nesta mesma proporção ocorrida neste mês. Na própria pesquisa feita pelo BC, a estimativa de juros para outubro continuou a embutir a expectativa de que o Comitê de Política Monetária (Copom) promoverá novo aumento de 0,25 ponto porcentual na reunião do mês que vem. Para o fim de 2005, a previsão subiu de 15% para 15 25% ao ano.

Mesmo com o aumento na estimativa de juros, a previsão de crescimento do PIB continuou aumentando. Na pesquisa, a projeção para 2004 subiu pela décima-segunda vez consecutiva e passou de 4,36% para 4,47%. A expectativa de expansão do PIB para 2005 subiu de 3,50%, na pesquisa anterior, para 3,55%. Apesar da alta, o porcentual projetado ainda é menor do que a previsão de 3,60% feita há duas semanas. A estimativa de crescimento da produção industrial para este ano, por sua vez, ficou em 6,50% e a previsão para 2005 subiu de 4,04% para 4 13%.

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