O mercado financeiro esperava um "resultado ruim para o terceiro trimestre, mas nem tanto", resumiu hoje (30) Miguel José Ribeiro de Oliveira, vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). O economista referia-se aos números do Produto Interno Bruto (PIB), divulgados esta manhã pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
"Havia uma expectativa de que o PIB, até por conta dos juros bem acima do razoável, fosse apresentar resultado negativo comparado ao trimestre anterior, entre 0,3% e 0,5%", avalia. Mas, segundo ele, "quando o IBGE divulga um número negativo de 1,2%, naturalmente surpreende negativamente", afirmou.
Segundo Miguel, isso demonstra que "a subida forte dos juros foi extremamente punitiva para o setor industrial". "Além disso, desnecessária e acima do que seria razoável por ter provocado desaceleração tão forte da economia", considerou.
Entre julho e setembro, a economia brasileira cresceu 1% em relação ao mesmo período do ano passado. Mas, na comparação com os três meses anteriores ? de abril a junho ? houve queda de 1,2%.
