O mercado financeiro chegou à véspera da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que ocorre amanhã (7) e quarta-feira, apostando as fichas em novo corte de 0,75 ponto porcentual na taxa básica de juros (Selic).Com isso, a taxa passaria dos atuais 17,25% para 16,50% ao ano, menor nível desde setembro de 2004. Naquele mês, o Copom elevou a taxa de 16% para 16,25% e iniciou um longo processo de elevação dos juros. A alta só foi interrompida em junho, quando a taxa foi mantida em 19,75% ao ano. Ela permaneceu nesse nível até agosto e começou a cair em setembro.
A expectativa de corte dos juros foi captada na pesquisa semanal que o Banco Central faz para avaliar as projeções das instituições financeiras e empresas de consultoria para os principais indicadores econômicos. No caso dos juros, a previsão do mercado em relação a um novo corte dos juros tem como razão principal a expectativa de que a inflação está sob controle.
"Com o câmbio ajudando, as previsões para o IPCA só tendem a recuar", disse um analista de mercado. Na pesquisa semanal do BC, a previsão para o IPCA deste este ano recuou pela terceira vez consecutiva e caiu de 4,59% para 4,56%. Com a queda a distância entre a projeção do mercado e a meta oficial de inflação deste ano, de 4,50%. passou a ser de apenas 0,06 ponto porcentual. "Não descarto a hipótese destas projeções caírem e ficarem nos 4,50% da meta central", comentou um analista.
O nível de atividade econômica é outro ponto apontado pelos analistas de mercado para o otimismo com o comportamento dos preços. "Com a atividade econômica fraca, ficamos longe da possibilidade de termos alguma inflação provocada por um aumento do consumo", disse um analistas. Na pesquisa divulgada hoje, a previsão de mercado para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) continuou em 3,50%, o que já dura 44 semanas consecutivas. O porcentual, apesar de estável, é inferior aos 4% esperados pelo próprio BC e também é menor que os 5% estimados por alguns integrantes da equipe econômica do governo.
Ao mesmo tempo em que aposta na queda dos juros nesta semana, o mercado financeiro manteve as estimativas para a taxa Selic no fim do ano. Depois de duas semanas em queda, a previsão para o fim de ano foi mantida em 14,50%. Neste cenário, o Copom manteria a estratégia de cortar os juros em 0,75 ponto porcentual nas reunião de abril e junho.
Em julho, o ritmo de quedas seria reduzido para 0,25 ponto porcentual e as taxas parariam de cair em agosto, quando os juros poderiam chegar aos 15%. Depois desta parada, os juros voltariam a cair em outubro e novembro.
