A taxa básica de juros (Selic) deve cair do atual nível de 16,5% ao ano para 15,75%. Essa é a expectativa dos agentes econômicos para a reunião que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, a ser realizada nos próximos dias 18 e 19. Se a previsão se confirmar, será a terceira redução seguida de 0,75 ponto percentual na taxa de juros, em queda desde outubro do ano passado, quando registrava 19,75%.
O novo índice foi estimado a partir da pesquisa que o BC realiza todas as semanas com uma centena de analistas de mercado e consultores de institutos financeiros. Os resultados são descritos no chamado Boletim Focus, divulgado pelo banco sempre no início de cada semana.
O otimismo em relação à taxa de juros tomou conta dos economistas da iniciativa privada como resposta ao controle da inflação. Eles apostam que outras reduções gradativas virão ao longo do ano, de modo a que a taxa de juros termine 2006 em não mais que 14%, contra projeção de 14,13% na semana anterior, em queda há quatro semanas.
O boletim Focus também estima melhor comportamento na produção industrial do país, que deve crescer 4,33% no ano e, não mais, os 4,27% projetados na pesquisa anterior. Mas esse aumento não mexe com a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todas as riquezas produzidas no país, calculado em 3,5% há 49 semanas. A previsão de crescimento do PIB para 2007 subiu de 3,6%, na semana passada, para 3,7%.
De acordo com os economistas do setor privado, os demais indicadores mantêm as projeções da semana anterior. O saldo da balança comercial (exportações menos importações) será mesmo no patamar de US$ 40 bilhões (US$ 35 bilhões em 2007), e o saldo de conta corrente, que envolve todas as transações comerciais e financeiras com o exterior, fechará o ano no nível de US$ 9 bilhões (US$ 4,5 bilhões no ano que vem).
Em um cenário de mercado no qual o dólar norte-americano estará cotado a R$ 2,20 no encerramento do ano (R$ 2,35 no final de 2007), a pesquisa do BC mantém a projeção anterior para a relação entre dívida líquida do setor público e o PIB. Pelos números de fevereiro, 51,7% de tudo que o país produz corresponde à dívida, e o boletim Focus estima que essa relação cairá para 50,5% em 2006, e para 49,05% no próximo ano.
