Apesar de a taxa Selic (juro básico da economia brasileira) ter atingido o menor nível dos últimos 31 anos com a decisão do Banco Central ontem, de reduzir a taxa para 14,75% ao ano, os economistas do mercado financeiro entendem que ainda há espaço para novos cortes este ano. As dúvidas quanto à nova redução dos juros na reunião dos dias 29 e 30 de agosto, que no mês passado eram grandes, estão cada vez mais distantes

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No cenário traçado pelo banco espanhol Santander, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC fará mais um corte de 0,50 ponto porcentual no mês que vem, levando a Selic para 14,25% ao ano. A instituição está otimista e projeta também mais dois cortes de 0,25 ponto nas reuniões de outubro e novembro. Com isso, o Brasil terminaria 2006 com uma taxa nominal de 13,75% ao ano, afirma o economista do Santander, Maurício Molan. Na avaliação dele, o quadro de inflação é bastante favorável, seja para 2006 e 2007, o que contribuiu para o ciclo de redução dos juros. "Por isso não vemos uma parada do Banco Central agora". Ele afirma que a queda no preço dos alimentos hoje pode ajudar a manter a inflação futura em baixa

O economista Marcelo Allain, professor de MBA da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo, aposta numa Selic de 14,25% ao ano em dezembro. Na próxima reunião, ele espera que o Copom dê uma desacelerada na redução dos juros e corte 0,25 ponto porcentual. Segundo ele, os dirigentes do BC vão avaliar o efeito dos últimos cortes na economia, afinal esse novo patamar de Selic é uma novidade para a maioria

Allain afirma que, do ponto de vista apenas de inflação, o BC tem muito espaço para reduzir os juros. Além disso, não há pressão de demanda, já que a capacidade de produção do País ainda é suficiente. "Junta-se a isso o dólar desvalorizado e o preço das commodities em baixa." O economista ressalta, porém, que o BC terá de ficar atento ao mercado internacional, que está no caminho contrário em relação à política monetária. No resto do mundo, o movimento é de aperto monetário, enquanto aqui é de queda nos juros. Quanto ao preço do petróleo, ele afirma que os analistas já estão considerando uma alta no preço dos combustíveis após as eleições

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