O conservadorismo do BC também contaminou as projeções de juros para 2005. Até semana passada, os analistas acreditavam que a Selic poderia fechar o próximo ano em 14,13%. Agora, a aposta é de que a taxa estará em 14,25% em dezembro de 2005. Na prática, essa nova estimativa embute uma expectativa bastante conservadora em relação ao comportamento do Copom em 2005, já que uma taxa de 14,25% em dezembro de 2005 significa um corte de apenas 1,75 ponto porcentual na meta da Selic ao longo do próximo ano. A preocupação central do Copom é o comportamento da inflação. E as projeções do mercado reforçam essa posição. A estimativa para o IPCA em 2004, por exemplo, é de alta de 7,20%, acima dos 7,15% projetados no levantamento anterior. Essa alta deve vir dos preços que não são monitorados ou controlados por contratos, já que para esse conjunto de preços, que inclui tarifas públicas, a expectativa continua sendo de uma alta de 8 26% em 2004.
Para os próximos 12 meses, a inflação esperada pelos agentes também foi elevada, de 6,29% para 6,40%. O cenário de 2005, entretanto, continua o mesmo. O IPCA deverá acumular uma variação de 5,5%, e os preços administrados deverão ter uma alta de 6,55%, pouco abaixo dos 6,6% estimados no levantamento anterior.
O cenário para a economia, como um todo, e para as contas externas, em específico, continua favorável. As empresas e bancos acreditam que o Produto Interno Bruto (PIB) em 2004 poderá crescer 3,79%, acima da projeção oficial do governo (3 5%). Para 2005, a estimativa continua sendo a de que o País crescerá 3,5%. Em termos de contas externas, os analistas acreditam que as transações correntes do País com o exterior fecharão o ano com um superávit de US$ 6,4 bilhões. Em termos comerciais, os analistas elevaram em US$ 600 milhões, para US$ 29,7 bilhões, a projeção para o superávit da balança em 2004.
continua após a publicidade
continua após a publicidade