A taxa básica de juros (Selic) que atualmente está em 14,25% ao ano deve cair para 13,75%, de acordo com as expectativas dos analistas de mercado pesquisados pelo Banco Central, na última sexta-feira (13).
Eles acreditam que as condições para isso foram criadas pelo controle da inflação, que está em baixa tanto no varejo quanto no atacado, a ponto de o Comitê de Política Monetária (Copom) ter surpreendido o mercado, em sua reunião de setembro, quando reduziu a taxa em meio ponto percentual, contra expectativas de 0,25 à época.
Segundo o boletim Focus, divulgado hoje pelo BC, os analistas financeiros acreditam que a dose na redução da Selic será repetida na reunião que o colegiado de diretores do BC fará amanhã (17) e depois (18), de modo a se aproximar dos 13,50% previstos no encerramento do ano.
Mas, os analistas de mercado não têm o mesmo otimismo em relação ao crescimento da economia. Segundo eles, o aumento da produção industrial este ano será ainda menor que a projeção de 3,56% da semana passada, com possibilidade de ficar em 3,48% neste ano, e com a previsão para 2007 caindo de 4,30% para 4,20%.
Redução que puxa para baixo também a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma das riquezas produzidas no país. Nos cálculos dos especialistas, a previsão anterior, de um PIB de 3,01% no ano, cedeu para 3% cravado, se distanciando da aposta de 4% do ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Com isso, a relação entre dívida líquida do setor público e PIB permanece em 50,40%, o que significa dizer que mais de metade de tudo que o país produz está comprometido com o pagamento da dívida. Essa equivalência deve cair para 49,15% no ano que vem, um pouco maior que os 49,10% projetados no boletim Focus da semana passada.
A pesquisa do BC revela aumento na previsão média para o saldo da balança comercial (exportações menos importações). A projeção anterior, de US$ 43 bilhões, cresceu para US$ 43,51 bilhões, se aproximando do superávit (saldo positivo) comercial do ano passado, que foi de US$ 44,76 bilhões ? o maior da história.
Como reflexo do crescimento do saldo comercial, a projeção para o saldo de conta corrente, que envolve todas as transações comerciais e financeiras com o exterior, também aumentou de US$ 10,50 bilhões para US$ 11 bilhões.