Mercado aguarda Petrobras sobre reajuste de combustíveis

Uma reunião convocada hoje pela ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, com o presidente da estatal, José Eduardo Dutra, reforçou no mercado os rumores de reajuste no preço da gasolina e do diesel nos próximos dias. Mas oficialmente, a estatal nega estar preparando um aumento imediato. Dutra tem reafirmado nas últimas semanas que não pretende repassar para o mercado interno a volatilidade dos preços internacionais.

O secretário-executivo do ministério, Maurício Tolmasquim, corroborou a tese da estatal ao afirmar hoje, no Rio que ainda não se configurou um novo nível do barril de petróleo que justifique uma alta no mercado interno. A estatal trabalha com um prazo de dois meses para avaliação das oscilações de preços no mercado internacional, informou na semana passada o gerente de Relações com Investidores da Petrobras, Raul Campos. “Temos que ter um preço perto do patamar internacional, mas sem considerar picos”, disse Campos. Desde 14 de julho, a média do barril se mantém em US$ 42,40, o que leva a crer que uma elevação dos preços se justificaria se este nível permanecesse acima dos US$ 40 por pelo menos mais 30 dias.

Para o diretor do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura (CBIE), Adriano Pires, existem quatro motivos que podem indicar a proximidade do reajuste. O primeiro é que não existem perspectivas de o preço do barril cair no mercado internacional. O segundo é que o PT cresceu nas recentes pesquisas para as eleições municipais e um eventual reajuste no momento teria um reflexo menor na imagem do partido do que no mês passado.

O terceiro aspecto a ser considerado é que um repasse em meados do mês faz com que a alta da gasolina e do diesel tenha um impacto no índice inflacionário diluído em dois meses. A última variável a ser considerada, disse Pires, é que há uma tendência de alta no preço do diesel no mercado internacional, por causa da chegada do inverno no hemisfério Norte (devido ao uso de aquecedores) e de baixa na de gasolina (com o fim das férias de verão).

Hoje, segundo ele, a diferença entre os preço dos combustíveis no mercado interno é de 20% com relação ao diesel e de 10% para a gasolina. “Quando ocorria o inverso, ou seja, a gasolina é que estava mais defasada, havia vantagem para a Petrobras, que é exportadora deste combustível e importadora de diesel. Agora a Petrobras está perdendo mais”, explicou.

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