Mercadante volta a criticar frase de Serra sobre migração

O candidato do PT ao governo de São Paulo, senador Aloizio Mercadante, voltou a criticar hoje a afirmação de seu principal adversário na disputa ao Palácio dos Bandeirantes, o ex-prefeito paulistano José Serra (PSDB), de que a migração é a culpada pela baixa qualidade do ensino nas escolas públicas de São Paulo e pelo desempenho ruim do Estado nas avaliações do Ministério da Educação. Durante sabatina com candidatos ao governo paulista, promovida pelo Grupo Estado, o candidato petista disse que existe um "imenso preconceito", quando o assunto é a educação para as classes menos favorecidas e destacou que, nos últimos anos do governo do PSDB, mais migrantes retornaram para as suas cidades do que entraram no Estado, o que afastaria a justificativa de que houve "inchaço" nas escolas.

"De 1997 a 2004, saiu mais gente do que ingressou. Portanto, houve um movimento migratório de São Paulo para os outros Estados. Não tem procedência a afirmação, não tem base empírica, não tem sustentabilidade", afirmou Mercadante, acrescentando que houve redução de vagas nas escolas públicas no governo tucano. "As escolas estaduais reduziram em 1,100 milhão vagas nos últimos nove anos.

E continuou: "Houve uma redução de vagas e ainda assim nós não fomos capazes, no Estado de São Paulo, de melhorar a qualidade de ensino. Sabe qual é o desequilíbrio? É que nós temos 500 escolas com tempo integral, só que, na periferia, tem escolas com quatro, cinco turnos. Tem criança estudando das 11 horas às 2h30 da tarde, o chamado horário da fome, com 50, 60 alunos por sala de aula, sem a menor condição de aprendizado.

Mercadante criticou também o que, segundo ele, foi transformado o conceito de progressão continuada no Estado de São Paulo. "Virou uma aprovação automática. A criança chega na sexta, sétima série, sem saber ler e escrever. Trinta por cento dos alunos da primeira série do ensino fundamental não aprendem ler e escrever.

O candidato do PT ao governo paulista disse que a grande capacidade de produção científica e tecnológica do Estado, que conta com grandes representantes, como USP, Unicamp, Unesp, tem que assumir seu papel no desenvolvimento do futuro. "Vou investir na educação. Vou fazer da educação a prioridade absoluta", insistiu.

Laptop e banda larga – Mercadante voltou a citar que, entre seus principais projetos para a educação, estão a instalação de internet de banda larga nas escolas e a distribuição de laptops populares as crianças que estudam. Indagado sobre o volume de recursos destinados para a confirmação desses projetos, ele estimou que a capacidade de investimento do Estado em 2007 será da ordem de R$ 7 bilhões.

"O laptop popular permite à criança entrar e navegar na internet ao custo de R$ 220. Eu não disse que, no meu governo, todas as crianças públicas vão ter o lap top. Tomara que a gente consiga. Disse que é possível colocar este equipamento na escola pública" explicou o candidato do PT. "O que eu estou dizendo é colocar banda larga nas escolas. Sabe qual o custo deste projeto? São R$ 120 milhões. O que é mais importante do que isso?", indagou. "Se a gente quiser enxergar o futuro e pensar o futuro, nós vamos ter que eleger as prioridades do futuro", observou Mercadante.

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