O líder do governo no Senado, senador Aloizio Mercadante, evitou esquentar a disputa com Marta Suplicy pela candidatura do PT ao governo de São Paulo, mas respondeu às críticas feitas ontem pela ex-prefeita da capital paulista. Marta, que esteve em Ribeirão Preto (SP), disse que Mercadante cometeu um erro ao destacar o apoio que obteve junto a prefeitos e ressaltou que a idéia de fazer as coisas "de cima para baixo" nunca funcionou dentro do PT. Segundo ela, seu nome aparece hoje em posição favorável e possui o apoio da militância de vereadores e prefeitos importantes.
"O movimento de defesa da minha candidatura vem da base" disse o senador, em entrevista à Agência Estado, acrescentando que não vê distinções entre os que o apóiam que possam tornar um mais importante que outro. Ele ressaltou ainda que possui não apenas o apoio de 55 dos 57 prefeitos do PT no Estado, como também de 370 dos 471 vereadores, 464 dos 609 presidentes de diretórios municipais, 18 dos 19 coordenadores de macrorregião, 95% dos sindicalistas, além da maioria dos deputados das bancadas estadual e federal. Para completar, colocou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no topo da lista dos que endossam sua candidatura. "Me sinto muito honrado com o fato de o presidente Lula – com todas as ressalvas que envolvem o fato de ele ser presidente da República – ter manifestado a diversos interlocutores seu apoio ao meu nome", disse o senador.
Mesmo assim, Mercadante evitou fazer ataques diretos a Marta e se apoiou em um discurso de união partidária. Ele afirmou que o ponto que mais o agradou na entrevista da ex-prefeita foi aquele em que ela se mostrou disposta a unir forças após a prévia. Na ocasião, Marta afirmou que "no dia seguinte, mãos estendidas, beijo, abraço, união e luta para ganhar", acrescentando que espera de Mercadante uma postura semelhante. "O que mais me animou na entrevista (de Marta) foi ela deixar claro que essa prévia vai terminar em beijos e abraços, que ela vai me apoiar", disse o senador.
Questionado sobre o acirramento da disputa com Marta, o senador insistiu que o debate tem ocorrido de forma respeitosa e que a atual situação é um reflexo do jogo político. "Temos uma disputa política em curso", disse o senador. Mesmo assim, Mercadante disse que vê seu nome como o mais adequado para enfrentar o tucano José Serra na eleição estadual, em função de elementos como sua militância e seu histórico partidários, além da experiência de articulação e coordenação que obteve em funções parlamentares.