O seqüestro do jornalista Guilherme Portanova, da TV Globo, e a exigência da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), de que a emissora divulgasse um vídeo, é uma situação "inaceitável". A opinião é do candidato do PT ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante. Ele acrescentou que o momento que vive o Estado, em relação à segurança pública, exige que os governos estadual e federal parem de fazer acusações mútuas. "Isso não é tema de campanha eleitoral, mas de política de Estado", declarou, ao participar do Fórum de Debates Empresarial promovido pela Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (ADVB), no Clube Monte Líbano, na capital paulista.

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Mercadante prometeu que, caso eleito, "no primeiro dia de mandato", vai implementar, em conjunto com o governo federal, uma força-tarefa no Estado para combater a criminalidade, contando com a participação das Forças Armadas, Receita Federal, Banco Central e Polícia Federal. "Eu começaria meu governo com a atuação de uma força-tarefa nacional", declarou, a uma platéia formada por mais de 200 dirigentes vendas.

Na palestra, proferida em cerca de uma hora, o tema da segurança foi, de longe, o que mereceu maior atenção da platéia. Enquanto Mercadante discorria sobre o tema, nem mesmo o som dos talheres daqueles que almoçavam podia ser ouvido, tamanha a atenção dos ouvintes.

O petista sugeriu que a administração paulista seguisse os exemplos de Johannesburgo, na África do Sul; Nova York, nos Estados Unidos; Londres, na Inglaterra; e até mesmo de práticas da Colômbia, que, segundo ele, com inteligência, debelaram o crime em regiões urbanas. "A Colômbia foi bem-sucedida, usando inteligência, para combater os crimes urbanos, embora ainda enfrente problemas sérios com o narcotráfico", ponderou.

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Ele aproveitou para criticar os 12 anos de administração do PSDB no Estado de São Paulo para criticar a política de segurança pública dos tucanos. "Aqueles que governam o Estado há 12 anos tem que ter humildade e reconhecer que fracassaram na política de segurança pública", cobrou, ao acrescentar que o sistema prisional paulista está em "colapso".

Também usou o tema para uma nova alfinetada na administração estadual, hoje comandada por Claudio Lembo (PFL), por não enviar criminosos de alta periculosidade para a penitenciária federal de segurança máxima de Catanduvas (PR). "Tem lá 40 vagas no presídio federal e São Paulo não enviou ninguém", disse.

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Entre as políticas propositivas, Mercadante sugeriu a criação de um observatório da violência no Estado, para que as diversas áreas da polícia possam trocar informações; mencionou a necessidade de ser aplicado e expandido o regime de penas alternativas para os condenados; e que o Estado aumente os salários de policiais.

No campo da economia, ele reafirmou a necessidade de São Paulo criar agências de desenvolvimento no interior, dentro de um plano regional de atração de investimentos, e pregou a necessidade de ser criado um sistema de Previdência no Estado, uma vez que o déficit anual paulista está em R$ 10 bilhões ao ano.