O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) negou sua participação nos esquemas de corrupção envolvendo o PT e afirmou hoje que as denúncias feitas pelo ex-secretário geral do PT, Sílvio Pereira atingem diretamente a sua pré-candidatura ao governo do estado de São Paulo pelo partido. O PT escolherá hoje entre Mercadante e a ex-prefeita Marta Suplicy, quem será o nome para a disputa ao Palácio dos Bandeirantes.

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"Eu estranho essas declarações feitas um ano depois , depois de três CPIs, de investigações do Ministério Público e da Polícia Federal. São denúncias feitas às vésperas de uma prévia", afirmou o senador, em seu último dia de pré-campanha na região do Capão Redondo, em São Paulo. Eu sei que tem gente que não gostaria de me ver candidato porque eu fui muito duro em relação a esses erros, e vou continuar sendo.

O senador disse que não vai levantar suspeitas sobre os motivos que levaram Silvio Pereira a fazer novas denúncias sobre o mensalão. "Acho que ele está passando por momento difícil. Posso até entender que ele queira se defender mas não fazer ilações e acusações que não tenham nenhum fundamento."

Apesar de não associar as acusações de Sílvio Pereira a uma possível estratégia para prejudicar sua pré-campanha, pessoas ligadas a sua coordenação política afirmaram ser evidente uma possível estratégia orquestrada pelo grupo ligado à Marta para prejudicá-lo nas prévias.

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Questionado sobre os estragos causados pela denúncia à sua intenção de concorrer ao governo do Estado, Mercadante foi taxativo. "Não tenho dúvida que discutir esse tipo de pauta no dia da prévia é evidente que só pode trazer prejuízos, mesmo que as denúncias não me coloquem em nenhuma situação de corrupção ou desvio de conduta."

O senador fez ainda uma defesa incondicional do presidente Lula. "Estou tranqüilo em afirmar que o presidente não teve qualquer envolvimento nesses erros". Mercadante considerou ainda fantaciosa as afirmações de que o PT planejava arracadar R$ 1 bilhão com os esquemas de desvio de dinheiro. "Não parece ser viável essa acusação. Seria uma proposta surrealista um partido querer arrecadar cifras dessa natureza".

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Ele negou ainda qualquer relação pessoal dele com o esquema do valerioduto. "Fui da executiva do partido até 2002, esse episódio do valerioduto eu nunca soube dentro do PT. Nunca falei com ele e desconheço que ele tivesse qualquer relação de intimidade com dirigentes do partido." Apesar de negar quase todas as acusações, o senador fez questão de dizer que se houvesse qualquer fato novo, ele será o primeiro a defender que se investigue com rigor.