O acirramento da disputa para o governo paulista contaminou a corrida para o Senado. Hoje, a rádio Trianon promoveu debate entre Aloizio Mercadante (PT), Cunha Bueno (PPB), José Aníbal (PSDB) e Orestes Quércia (PMDB), mas o ponto alto o público não ouviu: foi durante o intervalo.
No primeiro bloco, Mercadante, Bueno e Quércia fustigaram a administração do PSDB. Quando entraram os comercias, o petista e o tucano não relaxaram. “A progressão continuada é um crime”, disparou Mercadante, referindo-se ao sistema estadual de ensino onde não há repetência. “Quem começou com a progressão foi o PT durante gestão da Luiza Erundina”, rebateu Aníbal.
“Há uma pacto de mediocridade no ensino, é o crime continuado”, revidou o petista. “Para com a demagogia, a Prefeitura faz isso”, afirmou o tucano. Mercadante disse que o PSDB desvirtuou o projeto, enquanto Aníbal retrucou que a prefeita Marta Suplicy (PT) tira fotos com estudantes uniformizados pela Prefeitura para se cacifar. “Aníbal. Escuta! Você só fala”, interrompeu o petista. “São firulas emocionais”, disse o tucano, sobre as críticas.
“A ouvinte Rose questiona por que os candidatos ao governo e à Presidência não têm a mesma elegância que os senhores”, anunciou o apresentador Zancopé Simões, no fim do debate. “É que ela não ouviu o intervalo”, ironizou ele mesmo.
No programa, educação e segurança foram os temas dominantes. “O Aníbal não vai gostar, mas numa visita ao interior vimos um boneco como guarda de presídio”, alfinetou Bueno. “São três contra um”, protestou o tucano. “E (os presos) pedem pizza, virou motel”, ironizou Quércia. O petista criticou o déficit de vagas nas prisões, Bueno aproveitou para atacar a construção de presídios no interior. “Vamos colocar essa gente onde, no Pacaembu?”, questionou Aníbal.
Quando Mercadante criticava o ensino, Aníbal interrompeu: “Pára com isso, nós universalizamos o ensino de 1.º grau no Brasil e não tiramos 5% da educação como fez o PT em São Paulo”.
Enquanto discutiam a proibição da publicidade de bebidas alcoólicas e cigarros, Aníbal e Bueno trocavam cigarrilhas.
Curiosamente, todos mostraram opiniões semelhantes sobre vários assuntos, como a necessidade da reforma política e se manifestaram contra a descriminação da maconha.