Mercadante diz que denúncia sobre fundos de FHC está sem resposta desde 98

O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), comentou hoje a decisão do PFL e do PSDB de entrarem com uma denúncia junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para que seja suspenso, por um ano, o repasse do fundo partidário ao PT. Segundo ele, em 1998, o PT tomou atitude semelhante quando um jornal publicou reportagem sobre gastos da ordem de R$ 10,2 milhões que não haviam sido declarados na planilha apresentada ao TSE pelo comitê de campanha da reeleição do então presidente Fernando Henrique Cardoso. "Nunca recebemos uma resposta, não houve desdobramento da denúncia feita da dívida de campanha", disse o senador.

O senador também defendeu um amplo debate para que se dê início "a uma profunda reforma política", sob pena de o país viver repetidos momentos políticos como o atual. Mercadante lamentou que o PT esteja envolvido nas denúncias sobre uso irregular de recursos para financiamentos de campanhas eleitorais e defendeu que tudo seja esclarecido. "Esse problema não é só do PT, é da democracia brasileira" afirmou o senador, acrescentando que o problema é uma realidade de quase todos os partidos políticos.

Sobre as declarações feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a uma jornalista francesa, na semana passada, em entrevista exibida na TV brasileira ontem, a respeito do financiamento de campanhas eleitorais no Brasil, o líder do governo disse que Lula "está fazendo uma análise política da fragilidade do sistema eleitoral brasileiro".

Mercadante disse ter recomendado ao ex-dirigente do PT Delúbio Soares que contasse tudo o que sabe em relação ao financiamento não contabilizado de campanhas do partido. Em entrevista no último sábado, Delúbio Soares admitiu ter utilizado recursos oriundos de empréstimos feitos pelo empresário mineiro Marcos Valério de Souza para saldar dívidas de campanhas de 2002 ? à exceção da eleição do presidente Lula ? e para preparar as campanhas municipais de 2004.

Sobre os gastos de sua campanha em 2002, declaradas ao TSE no valor de R$ 710 mil, Mercadante lembrou que o PT, ao contrário dos demais, também declara os gastos do partido. Neste caso, o PT paulista declarou junto ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e ao TSE ter gasto R$ 3.417.873,50 utilizados no pagamento de fornecedores e material de campanha.

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