O relator da CPMI do Banestado, deputado federal José Mentor (PT-SP), acusou hoje setores do PSDB de estimularem a polêmica sobre a comissão mista com o objetivo de impedir as investigações sobre operações financeiras feitas durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. Em entrevista ao portal do PT na internet, o deputado citou uma aplicação feita em 1998 pelo governo passado em um banco espanhol, que teria se transformado em prejuízos ao tesouro público durante quatro anos.
A acusação de Mentor acontece um dia após o PSDB e o PFL acusarem setores do PT de usarem informações sigilosas da CPMI do Banestado para montar um banco de dados sobre adversários que, supostamente, poderia ser utilizado como munição política na campanha eleitoral de 2006, que envolve a disputa pela Presidência da República. “Eles sabem que as investigações colocam em xeque decisões do governo tucano como a operação realizada em 1998 pelo Banco Central, que aplicou US$ 840 milhões em divisas brasileiras em um banco espanhol a taxas de 5 5% ao ano”, declarou José Mentor.
Segundo ele, no mesmo dia em que a aplicação foi feita pelo governo brasileiro, o banco espanhol usou os mesmos US$ 840 milhões para comprar letras do Tesouro Nacional, que rendiam 11% ao ano. “Isso durou quatro anos”, destaca o deputado petista.
Na avaliação de Mentor, nem toda a oposição esta envolvida na tentativa de impedir os trabalhos das investigações mas apenas uma parte do PSDB ligada ao candidato do partido à Prefeitura de São Paulo, José Serra. “Acredito que sejam apenas alguns tucanos ligados ao ex-senador José Serra”, afirmou, ressaltando que o momento atual da economia e o bom desempenho do PT nas pesquisas eleitorais também estariam incomodando os tucanos. “Por isso, a oposição iniciou o ataque ao Meirelles (Henrique Meirelles, presidente do Banco Central), ao Casseb (Cássio Casseb, presidente do Banco do Brasil) e ao Candiota (Luiz Augusto Candiota, ex-diretor de Política Monetária do BC). É pelo mesmo motivo que agora fizeram vazar meu requerimento para que quebrasse o sigilo de pessoas ligadas a bancos: para causar uma desestabilização na economia”, afirmou Mentor, numa referência ao recente vazamento de informações da CPI que teria gerado denúncias de sonegação fiscal contra Meirelles, Casseb e provocado a demissão de Candiota.
Mentor voltou a negar o vazamento de detalhes das movimentações feitas por representantes dos bancos que tiveram a quebra de sigilo fiscal solicitada. “O que vazou para a imprensa foi meu requerimento para pedir a quebra desses sigilos, somente para criar a instabilidade”, reclama o relator da CPMI, que promete para hoje divulgar os critérios que o levaram a pedir estas quebras.
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