O Ministério Público Federal (MPF) suspeita que o fazendeiro Norberto Mânica, acusado de ser um dos mandantes do assassinato de três auditores e um motorista do Ministério do Trabalho, em Unaí (MG), planejava uma fuga para o exterior. A hipótese, com base em "informação relevante", motivou o novo pedido de prisão preventiva contra o fazendeiro. Ele foi preso ontem, em Brasília por determinação do juiz Francisco de Assis Betti, da 9ª Vara da Justiça Federal em Belo Horizonte.
A procuradora Miriam Moreira Lima disse que o MPF comprovou que o fazendeiro estava outorgando a uma parente – a esposa – "amplos e irrestritos poderes" de administração e gerenciamento de seus bens, por meio de procuração. Segundo ela, isso acontece somente quando alguém pretende se matar ou planeja uma fuga. "Ele só podia estar querendo fugir", afirmou a procuradora, presumindo que o destino seria o exterior.
Outro fundamento para o pedido de prisão preventiva, segundo o MPF, foi a denúncia de Elba Silva, viúva do auditor Nelson José da Silva, que alegou estar sofrendo intimidações. "Ela relata que pessoas estavam tirando fotografias de sua casa, estava se sentindo muito intimidada e atribuía a morte do marido aos réus denunciados.
Dos nove denunciados pela chacina, sete permanecem presos. José Alberto de Castro e Antério Mânica, irmão de Norberto e também acusado de planejar as execuções, respondem em liberdade. Antério, eleito prefeito de Unaí, chegou a ser preso em duas oportunidades, mas foi libertado em dezembro de 2004, um dia antes de ser diplomado. Como possui foro privilegiado, seu processo tramita no Tribunal Regional Federal (TRF), em Brasília. Os Mânica são grandes produtores de grãos no noroeste de Minas. Ainda não há data para o julgamento, que depende de esgotadas as possibilidades de recursos da defesa.
