Mensagem de erro pode ter causado falha no Cindacta-1

Os engenheiros e técnicos militares que investigam a pane de domingo no centro de controle aéreo de Brasília (Cindacta-1) se concentram em duas hipóteses para explicar o travamento do sistema de processamento de planos de vôo. Já é quase certo que a falha foi causada por uma mensagem de erro desconhecida. O que os técnicos tentam descobrir é se ela veio pela rede internacional de troca de dados ou se foi gerada internamente, o que poderia reforçar a tese de sabotagem aventada por oficiais da Aeronáutica e profissionais do setor.

Durante todo o dia de ontem, técnicos examinaram os computadores para tentar recuperar o teor da mensagem de erro emitida no instante do apagão. ?Isso tudo fica gravado?, avalia um engenheiro que trabalha para uma empresa que presta serviço à Força Aérea Brasileira (FAB). Como houve um pico de energia elétrica minutos antes da pane, não está descartada a possibilidade de que tenha havido defeito em algum hardware.

O mesmo engenheiro pondera que o Cindacta-1 funciona há mais de 20 anos e nunca havia registrado falha desse tipo. E lembra que, no passado, já houve casos de panes provocadas pelo acionamento indevido de algumas teclas. ?Na prática, é quase impossível saber se o acionamento foi proposital?, explica.

Assim que a empresa responsável por elaborar o diagnóstico da pane concluir os trabalhos, peritos da Aeronáutica devem apurar possíveis ?intervenções criminosas no sistema?. Militares e técnicos ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo afirmam que é possível saber quem eram os profissionais que operavam o equipamento no momento do apagão, rastreando os logins de usuários do sistema.

Novo pico de energia na manhã de ontem deixou a torre de controle de aproximação de Brasília sem luz por sete minutos. A comunicação entre a torre e os pilotos não foi interrompida porque o sistema de rádio continuou funcionando. Em um esforço de atender ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que determinou a apuração ?imediata e rigorosa? das causas do apagão aéreo de domingo, o ministro das Minas e Energia, Silas Rondeau, foi ao aeroporto de Brasília para vistoria nos equipamentos e sistema de energia.

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