Rio de Janeiro – A redução do pagamento de juros graças à queda do estoque da dívida externa foi o principal fator que levou a economia nacional a fechar o terceiro trimestre de 2006, atingindo a maior capacidade de financiamento em um terceiro trimestre desde o ano 2000. A avaliação é da coordenadora de contas nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), Cláudia Dionísio.
De acordo com os dados divulgados nesta terça-feira (19), a economia nacional fechou o período que compreende os meses de julho, agosto e setembro com capacidade de financiamento de R$ 16,2 bilhões, um aumento de R$ 2,8 bilhões em relação ao mesmo período de 2005.
?O endividamento externo no Brasil está menor, então a gente está pagando menos juros do que no terceiro trimestre do ano passado. Uma outra explicação é que o Brasil agora está com estoque de ativos ? títulos e ações ? no exterior maior do que no mesmo período do ano passado, por isso, a nossa receita de juros está maior. Pagamos menos e recebemos mais juros", explicou Cláudia Dionísio.
Ainda segundo o IBGE, o Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma das riquezas produzidas no país, fechou o terceiro trimestre somando R$ 542,1 bilhões. O acúmulo no ano chega a R$ 1,5 trilhão. Entre os componentes da oferta, apenas a agropecuária apresentou queda. No terceiro trimestre de 2006 atingiu R$ 34,4 bilhões contra R$ 37,3 bilhões no mesmo período do ano anterior. A indústria passou de R$ 181 bilhões para R$ 200,5 bilhões e os serviços alcançaram R$ 275,2 bilhões ante R$ 250,7 bilhões de 2005.
Pelo lado da demanda, todos os componentes apresentaram alta no período. O consumo das famílias registrou no terceiro trimestre de 2006 R$ 290,5 bilhões; o consumo do governo R$ 105,6 bilhões; a formação bruta de capital fixo, R$ 112,5 bilhões. A balança comercial registrou superávit de R$ 24,8 bilhões (R$ 96,9 bilhões de exportações e R$ 72,1 bilhões de importações).
As taxas de investimento e de poupança também apresentaram bom resultado nesse terceiro trimestre, registrando 20,8% e 25,2% do PIB, respectivamente. Segundo o IBGE, este resultado representa o segundo melhor em períodos semelhantes desde 1995, sendo inferior apenas ao terceiro trimestre de 2004 (20,9% e 25,4% do PIB, respectivamente).