O publicitário Duda Mendonça admitiu, nesta quinta-feira, que empresário Marcos Valério, sócio das agências SMP&B e DNA Publicidade, pagou parte de seus serviços prestados ao Partido dos Trabalhadores.

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Duda trabalhou para a legenda de 2001 a 2004, atuando na campanha presidencial, em 2002, e em algumas campanhas municipais, em 2004.

"Meu dinheiro e minha empresa são sérios", iniciou o publicitário, em seu depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga denúncias de corrupção na Empresa de Correios e Telégrafos (ECT). Duda prometeu colaborar "sem limites de reserva", contando os detalhes de como foi pago por seu trabalho.

O publicitário afirmou que, em 2003, o PT tinha uma dívida com ele de R$ 11,5 milhões. Fez então um novo contrato em que faria campanhas publicitárias para a legenda em 2003 por R$ 7 milhões. Nessas negociações, Duda afirmou que seus contatos sobre pagamentos sempre foram com o então secretário de Finanças do PT, Delúbio Soares.

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No mesmo ano, Delúbio teria dito que iria acertar as dívidas por meio do empresário Marcos Valério. Duda, que até então não conhecia Valério, disse ter recebido o primeiro pagamento em dinheiro. "Estou crente que ia receber um cheque e recebi um pacote de dinheiro do Banco Rural", contou.

"Não quero ficar de santinho ou hipócrita, mas tinha de receber o dinheiro", afirma o publicitário, que recebeu outros pagamentos em dinheiro. Até que, ainda em 2003, o Marcos Valério chamou sua sócia, Zilmar Fernandes, e pediu-lhe que abrisse uma conta no exterior para receber o restante do dinheiro.

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Duda Mendonça entregou, à comissão, algumas cópias de faxes que comprovariam os depósitos em uma conta aberta nas Bahamas.