Mendigo de luxo

O estrago deixado pelos sanguessugas no cenário político nacional vai ser sentido ainda por alguns anos. Pela primeira vez na história do Senado, pelo menos desde o fim do Estado Novo, três senadores serão processados pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da instituição, por transgressão aberta aos princípios da conduta ilibada que tais representantes dos estados na chamada Câmara Alta deveriam respeitar.

Os senadores Ney Suassuna (PMDB-PB), Magno Malta (PP-ES) e Serys Slhessarenko (PT-MT) terão de prestar contas ao conselho dos indícios de envolvimento na máfia das ambulâncias, aliás, comprovados pelas investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal de Mato Grosso e corroborados nos depoimentos dos empresários Darci e Luiz Antônio Vedoin, donos da Planam, empresa que atuava como fachada para esconder o desvio de recursos do Orçamento Geral da União.

O senador Ney Suassuna, dono de um conglomerado de faculdades em Brasília e várias outras cidades, sabidamente homem de fortuna invejável, um dos chefetes da ala governista do PMDB, ao lado de Sarney, Renan Calheiros e Jader Barbalho, precisará dar boas explicações para tornar menos infamante o fato de empalmar a merreca distribuída pelos Vedoin aos parlamentares que assinavam emendas para a compra das ambulâncias superfaturadas. Sua excelência bem poderia ser apodado, sem malícia, de mendigo de luxo.

De resto, uma história nojenta que fecha de modo indigno a pior legislatura que se tem notícia no Congresso Nacional.

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