Melaço em demasia

Tantas fez o arlequim de João Alfredo (PE), lambuzado pelo melaço duma vitória de Pirro – a eleição para a presidência da Câmara – não em resultado de liderança política ou postura inatacável na vida pública, mas de um golpe canhestro, que a resposta do Planalto foi fulminante: o PP ficou fora da reforma do ministério.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu por finda a tarefa – aliás desgastante – de escolher novos componentes do quadro de auxiliares diretos, indicando o senador Romero Jucá (PMDB-RR) para a Previdência, e o deputado federal Paulo Bernardo (PT-PR) para o Planejamento.

O PMDB manteve o Ministério das Comunicações, onde fica até segunda ordem o ministro Eunício de Oliveira, e Lula também não encontrou espaço para a senadora Roseana Sarney (PFL-MA), da quota pessoal de seu pai, a princípio destinada a ocupar qualquer pasta.

A Coordenação Política segue nas mãos do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), embora Lula tenha dado indícios do desejo de reintegrar José Dirceu nesse mister. Havia também especulações quanto à entrada do deputado João Paulo (PT-SP) no ministério, exatamente com a função de recuperar o terreno perdido pelo governo no Congresso. O deputado professor Luizinho cedeu o lugar para Arlindo Chinaglia, ambos de São Paulo, na liderança do governo na Câmara.

A tal reforma, um dramalhão sem fim, ficou no meio do caminho. A mexida foi leve, até pela bola levantada pela nova patativa do Assaré, à qual Lula não perdeu. A idéia da nomeação para o ministério de personalidade do porte de Ciro Nogueira (PP-PI), ilustre membro da bancada do baixo clero, essa fauna de oportunistas que tomou de assalto a Câmara, passava da conta da boa vontade do povo brasileiro.

Lula chamou os caciques, inclusive os do PMDB governista, e tomou a decisão: Severino fora!

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