Meirelles diz que mercado mostra País menos vulnerável

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse hoje que o comportamento recente do mercado financeiro é uma comprovação de que a economia brasileira tem uma vulnerabilidade externa significativamente menor do que no passado. Ele se referia ao fato de que, após forte estresse, o mercado vem registrando recuperação ontem e hoje.

"Tivemos uma mudança estrutural importante no cenário externo, que gerou ajustes importantes, e essa turbulência que vimos no começo da semana não teve o efeito de gatilho de uma deterioração dos ativos brasileiros, pelo contrário", afirmou o presidente do Banco Central em almoço promovido pela Associação das Empresas Distribuidoras de Valores (Adeval).

Meirelles acrescentou que essa condição permite à economia brasileira navegar com mais tranqüilidade nos ciclos da economia internacional.

Em uma breve exposição sobre as incertezas do cenário externo, o presidente do BC destacou que entre os fatores que estão claros, um é especialmente importante: a política monetária nos Estados Unidos.

Uma vez que parece encerrado o período de política acomodatícia naquele país, afirmou Meirelles, o cenário externo de liquidez naturalmente não será tão benevolente como nos últimos anos. Isso, segundo ele, gera uma acomodação que pode ser truculenta, sobretudo para os países de maior risco. "Mas olhamos isso com tranqüilidade", enfatizou. "Não que tenhamos feito todo o trabalho, ainda temos muito o que fazer", concluiu o presidente do BC.

Nessa conclusão, Meirelles disse ainda que essa turbulência recente deixou ainda mais claro "o caminho a ser seguido" pelo País para reforçar ainda mais suas condições de crescimento sustentável. Embora não tenha citado diretamente a questão fiscal no Brasil, o presidente do BC ilustrou o caso da economia chilena, que cresce a taxas de 6% ao ano, como melhor exemplo comparativo para o Brasil. E, entre os indicadores do Chile, citou apenas os relacionados à área fiscal: a dívida pública como proporção do Produto Interno Bruto (PIB), o superávit nominal das contas públicas, o fato de o governo chileno ser hoje credor da sociedade e a privatização do sistema de Previdência feito há alguns anos naquele país. Isso mostra o caminho que o Brasil tem que seguir para aumentar suas taxas de crescimento.

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