Meirelles deve falar no Senado sobre política monetária

O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, e a diretoria do órgão devem participar de audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado para discutir, no próximo dia 27, a política monetária implementada pelo BC. A informação foi divulgada pelo presidente da CAE, senador Aloizio Mercadante (PT-SP), mas ainda não foi confirmada pela Assessoria de Imprensa do BC. Mercadante, porém, disse que a data de 27 de fevereiro foi acertada por ambos em contato telefônico.

A audiência pública marcará o início de uma fase em que a diretoria do BC deverá comparecer trimestralmente ao Congresso para prestar contas da política de juros. Atualmente, Meirelles só é obrigado a comparecer duas vezes por ano ao Legislativo, mas pode ir mais vezes se for convidado. Segundo Mercadante, na reunião de hoje da CAE, foi fechado um acordo entre seus integrantes para que o comando do BC preste contas de sua atuação trimestralmente, período em que a comissão tem que aprovar a programação monetária.

"Esse é um instrumento obsoleto, não faz sentido em um regime de metas de inflação. Os senadores querem é discutir a política monetária, mesmo porque temos a maior taxa de juros do mundo", afirmou Mercadante. Segundo o senador, na próxima reunião da CAE será apresentado um projeto de resolução do Senado determinando o comparecimento trimestral da diretoria do BC para dar explicações sobre a política monetária. De acordo com o presidente da CAE, as duas audiências semestrais que já ocorrem tradicionalmente no Congresso serão consideradas como atendimento à resolução a ser aprovada, de modo que Meirelles e seus diretores ficarão obrigados a comparecer ao Parlamento quatro vezes por ano.

Na semana passada, em entrevista à Agência Estado, Mercadante criticou a desaceleração do ritmo de cortes na taxa básica de juros (Selic), que vinha sendo de 0,50 ponto porcentual e foi reduzida para 0,25 ponto porcentual, na mais recente reunião do Comitê de Política Monetária. Na visão do senador, toda a conjuntura econômica, sobretudo a manutenção do juro norte-americano e a inflação interna abaixo da meta, permitia a continuidade dos cortes na Selic em 0,5 ponto porcentual.

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