São Paulo (AE) – Sem fazer nenhuma menção aos ministros Antonio Palocci (Fazenda) e Dilma Rousseff (Casa Civil), o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, reafirmou hoje (21) a necessidade de formação de um superávit primário que permita uma relação decrescente da dívida pública sobre o Produto interno Bruto (PIB). Num breve pronunciamento, justificado pela reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) nesta semana, Meirelles defendeu a estabilidade econômica e a convergência da inflação para a meta como pré-requisitos para o crescimento do País no longo prazo.
"É necessário estabilidade econômica, inflação que convirja para as metas e um superávit primário suficiente que permita que a relação dívida pública/PIB seja decrescente. Não há exemplo de país que cresça na instabilidade e com a inflação fora de controle", disse Meirelles, fazendo em seguida uma defesa do respeito às instituições e das regras "para termos o país que sonhamos", afirmou o presidente do BC, que participou hoje do 4º Seminário Febraban de Economia, realizado na capital paulista.
Em outro trecho, afirmou que "nenhum dos países vencedores buscou caminhos fáceis. Buscaram melhores resultados não só a curto prazo, mas a médio e longo prazos". No encerramento da apresentação, reforçou o tom, dizendo: "O Brasil precisa do trabalho do dia a dia, eficaz, duro e sério. Isso é o que vai fazer o Brasil chegar ao primeiro mundo e não soluções mágicas".
Antes de fazer uma breve exposição sobre a situação do crédito (tema do seminário promovido pela Federação Brasileira dos Bancos), o presidente do BC sustentou que hoje o País "produz resultados sólidos". Ele citou uma série de indicadores, como geração de emprego, saldo das contas correntes e aumento das reservas.
"A economia está equilibrada e tem condições para continuar crescendo nos próximos trimestres, semestres e, principalmente, nos próximos anos", afirmou, reconhecendo, em seguida, que há problemas a serem solucionados.