O Tribunal Superior Eleitoral aprovou parcialmente a ?minirreforma eleitoral?. Ela foi votada pelo Congresso Nacional, uma megaassembléia de representantes do povo eleita, pelo que se viu e vê, numa eleição em que ganharam cadeiras de representantes do povo alguns políticos decentes e não poucos de péssima qualidade. Gente que não mereceria nem posto de comando em bloco carnavalesco. Porque ?minirreforma? e ainda aprovada parcialmente, é evidente que não atenderá às gritantes necessidades de higienização do ambiente político brasileiro.
Como diria Lula, e não sem razão, a criminalidade nasce da falta de escolas e de problemas econômicos. As eleições equivocadas que levam a postos legislativos e aos poderes executivos gente que se assemelha com as hordas de criminosos. E alguns políticos decentes, não se sabe mais se em maioria. Uma reforma eleitoral para valer ainda não foi votada. E para sê-lo, necessário seria que o perfil do eleitorado fosse outro, o que não quer dizer a volta do elitismo, mas a manutenção do voto universal e secreto. Mas com um eleitorado economicamente satisfeito e educacionalmente atendido. Uma democracia que valha deveria eliminar o analfabetismo e extinguir a ignorância política. Eleitorado esclarecido não escolheria maus políticos. E os maus políticos seriam rejeitados por um eleitorado capacitado e exigente, que logo veria quem tem pinta na testa.
Assim, uma reforma eleitoral completa seria insuficiente porque o País é subdesenvolvido e o povo tem dificuldade de distinguir entre uma boa e uma má candidatura. Uma minirreforma e ainda só parcialmente aceita pela Justiça especializada é alguma coisa como ?subnitrato de pó de mico?, ou seja, blablablá para nos dar a ilusão de que estamos progredindo.
De qualquer forma, tenhamos um mínimo de otimismo ao analisarmos o que foi decidido. O TSE proibiu a distribuição de brindes, como bonés e camisetas, a realização de showmícios e as propagandas em outdoors, entre outros itens, já para o pleito deste ano. É bom, embora insuficiente. Retira da campanha alguns aspectos circenses e nos dá a esperança de que venha a ser algo um pouco diferente das palhaçadas que assistimos em outros pleitos. Comícios em que quem ganhava um boné ou outro brinde qualquer se sentia na obrigação de votar em quem o doou. E entusiasmado com a campanha de quem colocava no palanque a dupla sertaneja de sua predileção, cantando para ganhar um cachê, pensava que os artistas estavam recomendando o candidato ou partido que bancou o espetáculo.
A nova lei também proibia o uso, pelos partidos, de imagens externas, bem como limitava os gastos de campanha e vedava a divulgação de pesquisas às vésperas do pleito. Isso não foi aprovado pelo TSE para o pleito deste ano, ou porque inconstitucional ou porque impraticável por enquanto. Pena, pois não faltarão os que vão inventar pesquisas duvidosas para impressionar o eleitorado, gastar absurdos para eleger-se e usar imagens externas que, se bem analisadas, nada revelam de positivo em relação aos candidatos. Mas enganam. E enganar é ainda um dos combustíveis de uma campanha vitoriosa.