O Banco do Brasil, mais uma vez, lança mão de medida protetora em favor dos produtores rurais que ficaram sem dinheiro para saldar o financiamento contratado para o custeio da safra 2004/2005, perdida em grande proporção pelos efeitos da seca. A determinação de renegociar os débitos abre a possibilidade da concessão de crédito para a próxima safra.
A decisão é necessária, mesmo com o risco de perdas para a instituição a cada repetência obrigatória do amparo. Não fosse desse modo, grande número de produtores seria obrigado a abandonar a atividade, a custos bem mais significativos para a economia nacional.
Os débitos contraídos pelos produtores rurais em 2004 serão divididos em cinco parcelas, ampliando o prazo de pagamento em até três anos, além de permitir a rolagem das Cédulas do Produto Rural (CPRs), segundo informou Ricardo Conceição, vice-presidente de agronegócios do Banco do Brasil.
Conceição lembrou ainda que os níveis de inadimplência, mesmo com a rolagem, sofrerão pouca alteração, pois somente a parte do débito não protegida por seguros é que terá o prazo de pagamento renegociado pelo banco. A quantia é estimada preliminarmente entre R$ 2,5 bilhões e R$ 3 bilhões nesta safra.
A outra face da moeda foi exibida há alguns dias no Sul do País, quando os produtores de arroz de Santa Catarina e Rio Grande do Sul reclamaram medidas urgentes de controle da entrada de arroz uruguaio e argentino, fazendo com que o preço pago pelo produto brasileiro seja inferior ao custo de produção. A saída para os arrozeiros é a compra do excedente por parte do governo, para a formação de estoques reguladores ou doação aos países pobres da África.