Médicos reúnem-se hoje à noite, em todos os estados, para decidir se paralisam atendimento aos usuários de planos de saúde. A Assembléia Nacional dos Médicos, convocada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela Associação Médica Brasileira (AMB), é uma reivindicação da comunidade médica que há tempos questiona os baixos valores pagos pelas operadoras de planos de saúde.

Mais de 38 milhões de brasileiros podem ter o atendimento médico dos planos de saúde paralisado. Segundo o presidente da Associação Baiana de Medicina, José Carlos Raimundo Brito, no período de 1994 até 2002 as operadoras de planos de saúde não reajustavam a tabela. Algumas operadoras chegavam a pagar cerca de R$ 16 a consulta.

Em 12 estados, como Minas Gerais, os médicos já paralisaram o atendimento a algumas operadoras. Em Brasília, por exemplo, médicos decidiram na última segunda-feira (31) deixar de atender as operadoras: Bradesco, Blue Life, Slam, Smile, Medial e Assefaz.

Por conta dos baixos valores, Brito denuncia que vários consultórios na Bahia estão fechando as portas. ?Não tivemos reajustes durante 8 anos, porém neste período tudo subiu: o salário da secretária, água, luz condomínio, insumos”, disse.

Hoje a noite, sob orientação da Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização (Fenaseg), as operadoras de planos de saúde devem apresentar uma tabela de reajuste. Os aumentos variam de 19% a 26% no preço das consultas.

O valor, que fica em torno de R$ 30 ainda está bem abaixo do pleito dos médicos que é de no mínimo R$ 42, mas segundo Brito, ?já representa um avanço?. ?No começo da negociação as operadoras ofereceram um aumento de R$ 1 por consulta. Isso é vergonhoso! Agora o que queremos é uma garantia de que as tabelas serão freqüentemente reajustadas, o que chamamos de cronologia?, disse.
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