Um médico espanhol que examinou Fidel Castro no mês passado em Havana disse nesta terça-feira (16) à rede de televisão CNN não ser a fonte da informação publicada ontem no site do jornal espanhol El País dando conta que o líder cubano sofre de uma séria infecção no intestino grosso e está em estado grave. O doutor José Luis Garcia Sabrido, cirurgião-chefe do hospital público Gregorio Maranon, de Madri, disse que qualquer declaração que não venha diretamente dos médicos de Fidel "não tem fundamento".
Ontem, o site do jornal divulgou uma informação segundo a qual o estado de saúde de Fidel Castro é "muito grave" depois de complicações decorrentes de três cirurgias fracassadas em seu intestino grosso por causa de uma diverticulite. O jornal citou fontes médicas do hospital Gregorio Maranon. Ainda segundo a edição online do diário, Fidel, de 80 anos, teria sofrido uma infecção que se transformou em peritonite, uma inflamação da membrana que cobre os órgãos digestivos.
Hoje, o jornal continua a informar que Fidel está em "estado grave". No artigo publicado, o El País cita duas fontes não identificadas do hospital onde trabalha Sabrido que, em dezembro voou para Cuba a fim de examinar o líder cubano. Naquela ocasião, o jornal informou que Fidel sofria de um ferimento abdominal que estava vazando mais de meio litro de fluidos por dia, provocando uma "perda importante de nutrientes". Segundo o jornal, o líder cubano estava sendo alimentado por via intravenosa.
"História inventada"
Um diplomata cubano em Madri disse que o artigo do El País é "uma história inventada". "É mais uma mentira e não vamos falar sobre isso. Se alguém tem de comentar sobre a doença de Fidel, é Havana", afirmou o diplomata, que falou na condição de anonimato de acordo com as normas praticadas na diplomacia.
Fidel entregou o poder a seu irmão Raúl em 31 de julho e não apareceu mais em público. No fim de dezembro, em mensagem de ano-novo divulgada pela mídia estatal, Fidel afirmou aos cubanos que estava se recuperando lentamente da delicada cirurgia a que foi submetido em julho, mas não perderia essa batalha.
"Eu sempre disse que esse processo (de recuperação) seria longo, mas não será uma batalha perdida", assinalou. Em dezembro, após examinar Fidel, García Sabrido negou que o líder cubano tivesse câncer e disse que ele poderia voltar ao poder caso se recuperasse totalmente.