Mecenas vingador

O presidente da executiva nacional do Partido dos Trabalhadores, Ricardo Berzoini, poderia ter sido poupado de grave preocupação e do impacto que a mesma terá sobre seu merecido bem-estar no transcurso das festas de final de ano.

Afinal, a péssima notícia veio com a ação de cobrança ajuizada pelo publicitário Marcos Valério de Souza na 11.ª Vara Cível do Distrito Federal, de uma dívida superior a R$ 100 milhões (principal e juros), contraída para cobrir despesas de campanhas eleitorais, em nome do PT.

Trata-se daquele dinheiro que Valério levantou nos bancos Rural e Minas Gerais para irrigar as contas de Delúbio Soares, que segundo a exegese do presidente Lula teria ?terceirizado? as finanças do partido, sem ao menos trocar idéias com o porteiro e a chefe da cantina.

De imediato, Valério pretende receber uns R$ 500 mil, provenientes de parcela não quitada pelo PT do empréstimo de R$ 2,4 milhões do BMG. A parcela foi paga, entretanto, pelo ex-mecenas de Belo Horizonte. Nesse aspecto, o publicitário merece respeito, pois na qualidade de avalista honrou o compromisso que o PT simplesmente ignorou. Aliás, como tantas outras coisas que aconteceram na intimidade de uns e outros dirigentes.

Não é novidade que o caixa petista está zerado e, pior, não há no partido a menor idéia do que fazer para restaurar as finanças, saldar os compromissos vencidos e enfrentar a campanha eleitoral de presidente e governadores no próximo ano.

Talvez, essa venha a ser a melhor oportunidade de o PT escancarar a discussão do crucial problema causado pela inépcia delubiana, ou, de uma vez por todas, assumir o ônus de publicar os nomes dos legítimos responsáveis por negociações criptográficas que levaram o partido a ser réu numa ação judicial de cobrança.

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