MEC premia o Paraná por programa de erradicação do analfabetismo

O secretário da Educação, Maurício Requião, recebeu, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães em Brasília, a Medalha Paulo Freire, prêmio concedido pelo Ministério da Educação (MEC) ao governo do Paraná pelo desempenho alcançado no programa de erradicação do analfabetismo.

A premiação ocorreu na abertura do VII Encontro Nacional de Educação de Jovens e Adultos (EJA). Com o projeto ?Paraná Alfabetizado?, o Paraná ficou entre os quatro Estados que obtiveram maior relevância social na experiência com EJA.

O prêmio recebido pela Secretaria de Educação foi concedido por um júri nacional formado pelos fóruns estaduais do programa. ?É um reconhecimento aos excelentes resultados e práticas adotadas para erradicar o analfabetismo nos Estados e no Brasil?, afirmou o ministro da Educação, Fernando Haddad.

Além de Haddad, estiveram presentes na cerimônia o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho; o secretário especial de Aqüicultura e Pesca, José Fritsch; o secretário nacional de Juventude, Beto Curi; o representante da Unesco no Brasil, Jorge Werthein; o presidente da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, Paulo Delgado (PT-MG), e outras autoridades do governo e da área educacional.

O programa ?Paraná Alfabetizado? foi implantado no Estado para enfrentar os altos índices de analfabetismo. ?Chegamos ao século XXI num Estado desenvolvido como o nosso, ostentando cerca de 600 mil analfabetos; isso é inaceitável?, afirmou o secretário Maurício Requião. ?Essa mancha será removida de nossa sociedade?, destacou.

Para o secretário, o prêmio concedido pelo MEC ao Paraná significa o reconhecimento ao esforço que o Estado tem feito para erradicar o analfabetismo. Entre 2004 e 2005, o ?Paraná Alfabetizado? ampliou em 90% o número de alunos, passando de 24.642 para 46.966 alfabetizandos.

O número de municípios atendidos subiu de 225 para 344. Das atuais 2.577 turmas, 252 atendem pessoas com necessidades especiais (auditiva e mental), 25 turmas estão em terras indígenas, duas turmas em terras quilombolas e 12 turmas atendem pescadores.

Dados do IBGE de 2000 mostram que o número de pessoas não alfabetizadas no Paraná é de 649 mil (3,8% da população). O total de atendidos nas duas edições indica que cerca de 10% deste percentual já está envolvido no projeto.

Para o coordenador do ?Paraná Alfabetizado?, Wagner Roberto do Amaral, o bom desempenho do programa deve-se em grande parte às parcerias que o governo estabeleceu com outros segmentos como prefeituras municipais, ONGs, centrais sindicais e outros órgãos. Ele acredita que a parceria entre os governos federal e estadual e o envolvimento de empresas privadas e estatais com responsabilidade social podem erradicar em mais cinco anos o analfabetismo no Estado.

?Qualquer iniciativa do poder público para atender esta população já é uma vitória, mas receber o prêmio Medalha Paulo Freire do MEC, e o que ele representa, significa que estamos no caminho certo?, comemorou. O programa paranaense disputou com outros projetos do Brasil e se classificou entre 16 finalistas, ficando entre os quatro primeiros colocados.

Wagner do Amaral destacou que, desde o ano de 2004, o Governo do Paraná vem desenvolvendo uma experiência inédita. ?Estamos trabalhando com uma diversidade de sujeitos nas turmas de alfabetização. São quilombolas, indígenas, pescadores, bóias-frias, agricultores, sem-terras, assentados, acampados, ou seja, uma população até então abandonada pelas políticas de educação?, explicou o coordenador.

Delegações de todo o Brasil permanecerão em Brasília até o dia 3 de setembro quando participam da discussão sobre ?Diversidade na Educação de Jovens e Adultos: papel do Estado e dos movimentos sociais nas políticas públicas?. Este será o tema do encontro que acontecerá na cidade de Luziânia (GO).

Os técnicos do governo do Paraná estarão entre os 540 delegados dos 26 fóruns estaduais da EJA de todo o Brasil que participarão do evento que reunirá poder público federal, estadual e municipal, movimentos sociais e empresariais, universidades, ONGs, educandos e educadores.

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