O executivo Maurício Botelho anunciou hoje (20) que irá deixar a presidência da Embraer em abril de 2007. À frente da fabricante de aeronaves desde 1995, Botelho permanecerá na presidência do Conselho de Administração até abril de 2009.

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A saída do executivo faz parte do plano de reestruturação societária anunciada pela empresa no início da semana e que prevê a pulverização do controle acionário. "Estarei construindo a sucessão e conduzindo a transformação da empresa de um grupo de controle para uma estrutura de capital pulverizado", afirmou o executivo, ressaltando se tratar de uma "decisão pessoal". "Ninguém é eterno e a renovação é um dos processos mais saudáveis da vida."

O executivo afirmou que a pulverização do capital foi a forma encontrada para fazer frente à necessidade futura de investimentos. "Nos últimos 11 anos, investimos US$ 2,3 bilhões – sendo 70% em novos produtos e 30% em capacitação industrial. Daqui para frente, precisaremos mais do que isso, num período mais curto", declarou Botelho em entrevista à imprensa.

Dentre os novos projetos que irão demandar grandes investimentos Botelho ressaltou o incremento da divisão de jatos executivos, que hoje representa 10% das receitas da empresa. Ele anunciou que a empresa pretende desenvolver dois novos modelos de jatos executivos de pequeno porte, que irão se situar entre os novos Phenom 100 e Phenom 300 – jatos de até oito e nove lugares com as primeiras entregas previstas para 2007.

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Além desses modelos, a empresa estuda desenvolver versões executivas dos modelos comerciais 170 e 190. "Pretendemos atuar em todos os segmentos da aviação executiva, do pequeno porte aos grandes e de longo alcance", disse, ressaltando que a empresa deverá quase que dobrar a participação do segmento em sua receita global. A empresa fez sua estréia com os jatos executivos em 2002, com a entrada em operação do Legacy. "Percebemos que a aviação executiva é mais atraente em termos de sinergia e tem potencial de crescimento muito maior."

A proposta de pulverizar o capital foi aprovada pelo Conselho de Administração na quinta-feira. Ela prevê a transformação de todas as ações em ordinárias e abre o caminho para a Embraer ingressar no Novo Mercado da Bovespa. "Seremos a primeira companhia brasileira de porte com controle pulverizado", declarou Botelho. Pelo projeto, nenhum acionista ou grupo de acionistas poderá ter mais de 5% do direito de voto. A proposta terá ainda de ser aprovada por maioria durante assembléia de acionistas, prevista para 31 de março. Hoje a Embraer é controlada por um acordo de acionistas firmado entre a Cia. Bozano e os fundos de pensão Previ e Sistel.

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