O bate-boca entre figuras proeminentes do Partido da Frente Liberal (PFL), legenda que abriga o remanescente do pensamento político anteriormente gestado no ventre da Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido que deu sustentação institucional ao longo ciclo de generais-presidentes, ademais do extremo mau gosto e da grosseria dos golpes desferidos pelos litigantes, é também uma espécie de canto do cisne de um partido que nada mais tem a fornecer (se é que forneceu alguma coisa) ao aperfeiçoamento do ritual da democracia no Brasil.

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Governador do maior estado da Federação em face da desistência de Geraldo Alckmin para a disputa presidencial em cumprimento da legislação vigente, Cláudio Lembo, um dos primeiros formadores da Arena em território paulista, como milhares de cidadãos, foi atingido no plexo solar pela onda de ataques terroristas desencadeada pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), a quadrilha que domina a maioria da população carcerária paulista, além da rede de asseclas distribuídos na capital e em outras cidades.

Vê-se hoje uma discussão ilógica, deprimente e descabida, tanto pior porque envolve dois notórios macróbios (Cláudio Lembo e Antonio Carlos Magalhães, o famigerado Toninho Malvadeza), numa troca de estultices em tudo semelhante aos arroubos verbais preliminares aos indefectíveis engalfinhamentos de adolescentes à saída dos colégios. Termos como burro, senhor de engenho, elitista, traidor, burguês e afins de um glossário que se julgava arquivado em definitivo voltaram à tona, para gáudio dos repórteres e mancheteiros de jornais.

Tristonho espetáculo que desnuda o verdadeiro estofo de certas personalidades que adejam num ambiente que deveriam melhorar, mas, ao contrário deturpam.

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