Campo Grande (AE) – O Serviço de Inteligência do DOF (Departamento de Operações de Fronteira), iniciou hoje (12) investigações sobre a possibilidade de crime no surgimento do foco de febre aftosa na Fazenda Vazezzo, situada em Eldorado, Mato Grosso do sul, divisa com o Paraguai, no extremo sul do Estado. O trabalho policial foi solicitado pelo secretário estadual de Produção, Dagoberto Nogueira Filho, que acredita nessa hipótese. "Alguém plantou o vírus no rebanho ou houve algum problema com a vacina", disse.

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Ele explicou que a dona da propriedade rural, Maria Vazezzo, cumpre rigorosamente as medidas preventivas contra as doenças do gado. "Eu conheço toda a família. Eles fizeram o que poucos pecuaristas fazem no Estado. Contrataram veterinários para fazer a imunização contra aftosa e têm certificado dos profissionais que realizaram essa tarefa. A maioria utiliza peões, dispensando despesas com especialistas". O secretário comentou que a mesma desconfiança existe do lado paraguaio, onde as autoridades consideram o caso "no mínimo surpreendente".

Depois de comentar que desde 1999 não acontecia caso do gênero no MS, ressaltou que o governo federal tem uma ponta de culpa no episódio porque não avaliou o tamanho do desastre na economia local e nacional, tampouco a repercussão dos fatos. "Infelizmente teve que acontecer isto para eles acordarem".

Indenização

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Dagoberto lamentou a dificuldade em solucionar um outro problema conseqüente do foco de aftosa na região sul do MS. Trata-se da indenização dos proprietários da Fazenda Vazezzo. Foram sacrificados e enterrados em valas 584 bois da raça Limosan, cujo prejuízo será ressarcido pelo Estado, conforme disse o secretário, enfatizando que "não temos verba disponível para isso". Haverá também o ressarcimento das perdas com suspensão da comercialização de carne, leite e derivados. Explicou que "existe um fundo estadual com esta destinação. Mas primeiro é preciso detectar as razões do foco, se foi criminoso, se é problema com a vacina ou um novo vírus. Também nem sei quanto de dinheiro existe nesse fundo".

Segundo esclareceu o diretor-presidente da Agência Estadual de Defesa sanitária, Vegetal e Animal, João Crisóstomo Muad Cavalléro, o fundo a que se referiu o secretário estadual de Produção, não recebe qualquer verba da União. "Todo o dinheiro que entra na agência mensalmente soma R$ 1,2 milhão, servido única e exclusivamente para as despesas da instituição".

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