Material de demolição pode dar charme

A variedade de materiais que se encontra em demolições é muito grande, e pode trazer boas surpresas para quem espera ver, principalmente, madeiras ou tijolos. Azulejos, pisos, pedras, vasos, metais e mármores, por exemplo, muitas vezes estão escondidos em meio a peças maiores e podem dar charme e personalidade a uma residência por um preço atraente. Basta dedicar um pouco de tempo a procura.

Na opinião da arquiteta Patrícia Totaro, a criatividade é a chave para fazer um bom aproveitamento desse tipo de material. ?É difícil encontrar um lote de azulejos para revestir todo o banheiro, por exemplo. Mas é sempre possível encontrar outras soluções para usar o material, se ele for bonito e tiver boa qualidade?, acredita.

Usar no hall os azulejos que eram de um banheiro, por exemplo, ou fazer mosaicos com peças avulsas são alternativas criativas que pode trazer um resultado bonito, barato e original. ?Azulejos avulsos podem ganhar lugar de destaque na decoração, diferente da função original de revestimento.?

Ela é favorável ao uso de materiais originais, mas contra imitações modernas de motivos antigos. ?Normalmente, as imitações dão ar de cenário para a casa?, opina. A melhor alternativa, para Patrícia, é combinar os achados antigos com peças modernas mais simples e deixar para os antigos o papel de destaque na decoração.

Na hora de comprar materiais de metal, como portões e janelas, Patrícia diz que não se deve ficar assustado com o aspecto feio, velho e desgastado. ?Às vezes há muita pintura, mas isso não é problema. Sempre dá para lixar, tirar a tinta, dar uma outra cara para o objeto?, sugere. O mesmo vale para madeiras: a tinta não deve assustar.

A arquiteta lembra que outro fator que ?assusta? os compradores são os vidros, às vezes quebrados, outras vezes riscados. ?Eles podem ser substituídos facilmente por novos e a peça pode ser usada.?

Mas, ela alerta que é preciso pesar o custo da restauração. ?Principalmente no caso das louças, a peça de demolição costumar ser barata, mas a restauração vai sair tão cara que não vale a pena?. Para Patrícia, a qualidade deve ser um fator determinante na decisão. E, na dúvida, a arquiteta sugere a consulta a um profissional que conheça os materiais para evitar comprar uma peça que não vale a restauração e perder dinheiro.

A professora Soraya Kolle concorda com a observação de Patrícia. ?Uma porta pode estar muito empenada ou o material pode exigir muita restauração para ficar em boas condições, ou do jeito que a pessoa quer?, destaca. Nesses casos, pode ser que nem o custo nem o trabalho compensem, apesar da originalidade e do preço baixo pago pela peça.

O uso de mármores antigos divide opiniões. ?Normalmente, é muito difícil retirá-los de uma obra em boas condições?, diz Patrícia. Por isso, segundo ela, na maioria das vezes o que se encontra são pedras menores ou muito riscadas, de difícil reutilização. ?O processo fica ainda mais difícil porque, normalmente, é difícil remendar o material, ele fica mais bonito se for usado inteiro.? (AE)

O verbo reutilizar está na moda

Reciclar, reutilizar, reaproveitar. Conceitos tão na moda podem ser aplicados, acredite, na construção, reforma e decoração da sua casa. Com originalidade, beleza, respeito ao meio ambiente e o que é melhor: por preços atraentes.

Uma quantidade farta desse material pode ser encontrado em demolidoras: madeiras, pisos, móveis, azulejos. Há materiais novos e antigos, em melhores ou piores condições, prontos para uso ou precisando de uma pequena reforma.

Muitas vezes tidos como antiguidades, os materiais de demolição têm variação de preço, desde o verdadeiro ?achado? ao preço de obra de arte. Mas especialistas alertam: na hora da compra é preciso estar atento para não acabar levando para casa o conhecido ?barato que sai caro? pensando ter feito um bom negócio.

A professora Soraya Kolle é adepta do uso de materiais de demolição, ou reciclados, em reformas e decoração, principalmente madeiras. ?Quando a madeira é nobre e bruta, sempre dá para restaurar?, acredita.

Para achar o bom material por um preço atraente é preciso ?garimpar? porque muitas vezes as peças que podem interessar estão escondidas entre outras. ?Na hora de procurar algum objeto o ideal é não ter pressa?, diz o decorador Fuad Murad. ?Sempre recomendo que se reserve o dia para procurar?. A recompensa, afirma, é uma decoração original e até 30% mais barata que a tradicional. ?A qualidade também pode ser melhor?.

Murad é fã dos produtos de demolição, mas não recomenda a compra de alguns tipos de produtos. ?Torneiras e registros não valem a pena, eles trarão problemas rapidamente?, acredita. Também não recomenda a compra de louças, principalmente se estiverem riscadas, porque são difíceis de restaurar. (AE)

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo