Os jogadores do Corinthians também estão acuados. Enquanto o técnico Geninho e o presidente Alberto Dualib davam entrevistas, eles saíram direto para o ônibus. Ninguém quis falar, apesar da insistência da imprensa. A verdade é que está cada vez mais difícil encontrar palavras que possam justificar o fiasco. Afinal, há mais de dois meses o time não vence. A última vitória foi dia 21 de maio – 4 a 2 sobre o Vasco.
O gol do Santa Cruz detonou o nervosismo. Mascherano era o mais enfurecido. Principalmente com o goleiro Silvio Luiz. Ele não entendia como o goleiro de quase dois metros não conseguiu tirar a bola da cabeça do zagueiro Márcio Alemão, autor do gol do jogo. Mesmo após o reinício da partida, o argentino se voltou para Silvio Luiz cobrando e cobrando.
A delegação retorna hoje para São Paulo. O horário do vôo no domingo não estava confirmado. Talvez pelas dificuldades de opção por causa da crise da Varig, talvez pelo medo do reencontro com a Fiel.
Mesmo na saída de campo, a maioria evitou os microfones. Quem resolveu parar, apostou no óbvio. Parecia querer aguardar a decisão que seria tomada pelo técnico Geninho. ?Dominamos muito mais a posse de bola, mas não o suficiente para marcar gols. O time da casa arriscou mais e venceu?, disse André Leone.
O trabalho de incentivo de um grupo de atores, na véspera da partida, parece ter ido por água abaixo. Se o investimento feito pela diretoria mostrou que não existe racha no grupo, ninguém sabe o que pode acontecer após a derrota em Pernambuco.
O lado emocional segue cada vez mais abalado. Precisou o time sofrer um gol para os jogadores se dessem conta de que é preciso chutar ao gol para marcar. Em todo o primeiro tempo, foram apenas duas finalizações. Uma de Tevez, aos 16 minutos, e outra de André Leone, aos 42. E só.
No segundo tempo, o quadro seguiu o mesmo. Só após o gol do Santa Cruz o Corinthians lembrou que era preciso finalizar. Mas com o desespero, valia chutar de qualquer lugar. Claro, que sem nenhuma pontaria.
